sábado, 17 de julho de 2010

Beijo: o clímax de uma história de amor

Duas versões de uma mesma história.

É através de exemplos do nosso cotidiano, que vemos o quanto o ser humano tem medo e precisa evoluir em seus relacionamentos. Fique despreocupado: não vou falar sobre algum caso de crime hediondo. É sobre o amor!

Ah, o amor! Uma palavra que todos procuram o significado através de outras palavras, mas ninguém consegue descrevê-la com perfeição. É algo que só se sente; não descreve.

Um casal de adolescente. Por enquanto, apenas um garoto e uma garota que estudam na mesma turma, que moram no mesmo bairro.

Ele mora na parte alta : não menos pobre ou mais nobre que a parte baixa. Ele sempre está usando seu bermudão preto, o boné virado pra trás e um sorriso branco que fazia as covinhas aparecerem em suas bochechas. Ele descia pela rua de skate, sem camisa, pra ver se ela olhava pra ele.

Ela sempre ia à rua na hora marcada. Ele sempre descia de skate no mesmo horário de sempre e ela o esperava. Ele descia sorrindo sem camisa. Ela ficava decepcionada quando ela olhava pra ele e ele não retribuía o olhar.

Na escola, o amor em segredo continuava.

Ele escrevia bilhetinhos no caderno dela; ela escrevia o nome dele no livro de matemática. Os dois sempre tinham uma desculpa para esbarrar no outro, mas seus olhos nunca se cruzavam para perceber o sentimento refletido no olhar do outro.

O amor inocente que um tinha pelo outro emanava de seus corpos quando os dois se encontravam. A paixão ardente, que era inédita para os dois, os fazia suspirar. A amizade, a cumplicidade, a naturalidade, a timidez, a inocência…

Seria tão simples chegar para o outro e dizer três palavras tão simples:

— Eu te amo!

Estavam com medo. Medo de serem rejeitados; medo de serem gozados; medo de usar essas três palavras em vão, de uma forma vulgar.

Mas, existem os amigos. Como eles são importantes...

— Eu acho que ele tá afim de você!

— Aí, cara! Ela tá gamadinha na sua!

Saem com os respectivos amigos e, por um acaso do destino — sei! — ficam sozinhos em frente a uma loja de perfumes no shopping.

Ela com a mão cruzada sobre o peito, ele com as mãos no bolso… Um sentia o cheiro do outro, sentia a respiração, o calor… Um sorriso, os lábios vermelhos, as covinhas nas bochechas…
Um beijo, enfim.

O momento mais aguardado dos dois. Não precisavam mais imaginar: era só sentir o gosto, a textura, o calor… Sentir o amor transitando entre os dois corpos. O clímax dessa história de amor.

É por esses exemplos que concluímos: é preciso enfrentar nossos medos e vivermos o amor.

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