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(David contava um histórica sobre um operário da fábrica onde trabalha.)
DAVID: Pois é! (ele olhava fixo nos olhos da sogra) Ele entrou com um processo com a fábrica, mas… não conseguiu indenização. Mas ele já está perdendo as esperanças. Nem sempre a Esperança é a última que morre.
ESPERANÇA: Que… pena. Não é mesmo.
DORACI: Vamos mudar de assunto, então. Pois é! Eu ia falar sobre… sobre… sobre o quê, mesmo, Juliano?
JULIANO: Sobre… sobre… hemorróidas. Eu queria tirar algumas dúvidas com o dr. Carlos.
JULIANO: Que… interessante.
DORACI: Um assunto ótimo para depois do jantar, Juliano.
ESPERANÇA: Falando sobre doenças… Lembro-me da vez que David teve micoses.
DORACI: (reprimindo) Mamãe!
ESPERANÇA: Era uma coisa horrorosa. O David é muito burro e deixou uma mancha preta daqui da virilha até o meio da coxa aqui, ó. (Ela fazia gestos.) Uma coisa nojenta, sabe, dr. Carlos.
CARLOS HENRIQUE: (nem um pouco a vontade.) Hum…
ESPERANÇA: E foi ficando aquela pereba, aquele trem estranho. Tava até preto quando ele foi no hospital vê se tinha alguma salvação. Se fosse um médico mais inexperiente tinha mandado amputar a perna do David.
DAVID: Nossa, mas a senhora entende muito de medicina, hein, dona Esperança.
ESPERANÇA: Mais do que você entende sobre culinária.
DAVID: Eu entendo mais de culinária do que a senhora de homem.
ESPERANÇA: Tá me chamando de encalhada?
DAVID: Não. De abandonada.
ESPERANÇA: Argh! Mas eu entendo mais de medicina, culinária e homem do que você entende sobre a felicidade da minha filha.
DAVID: Peraí! Como é que a senhora sabe que eu tinha micose na virilha?
(Todos acharam que era melhor o jantar terminar por ali.)