quarta-feira, 30 de maio de 2012

Riso



“‘Falava-se do riso’, disse Jorge secamente. ‘As comédias eram escritas pelos pagãos para levar os espectadores ao riso, e nisso faziam mal. Jesus Nosso Senhor nunca contou comédias nem fábulas, mas apenas límpidas parábolas que alegoricamente nos instruem sobre como alcançar o paraíso, e assim seja’.

‘Pergunto-me’, disse Guilherme, ‘por que sois tão contrário em pensar que Jesus jamais tenha rido, por acho que o riso é bom remédio, como os banhos, para curar os humores e as outras afecções do corpo, em particular a melancolia’.

‘Os banhos são coisa boa’, disse Jorge, ‘e o próprio Aquinate os aconselha para remover a tristeza, que pode ser má paixão, quando não está voltada para um mal que possa ser removido através da audácia. Os banhos restituem o equilíbrio dos humores. O riso sacode o corpo, deforma as linhas do rosto, torna o homem semelhante ao macaco’.

‘Os macacos não riem, o riso é próprio do homem, é sinal de sua racionalidade’, disse Guilherme.

‘Também a palavra é sinal da racionalidade humana e com a palavra se pode ofender a Deus. Nem tudo aquilo que é próprio do homem é necessariamente bom. O riso é sinal de estultice. Quem ri não acredita naquilo de que está rindo, mas tampouco o odeia. E portanto rir do mal significa não estar disposto a combatê-lo e rir do bem significa desconhecer a força com a qual o bem se difunde a si próprio’.”

Trecho do livro "O nome da Rosa", de Umberto Eco. A imagem é do filme de mesmo nome do diretor Jean-Jacques Annaud.

domingo, 27 de maio de 2012

Imperativo


— Dá pra você acender a luz?

— Por causa de que?

— Porque eu não consigo dormir... Ei, tira essa mão daí!

— (Risos)

— Tá vendo? Eu não consigo dormir sem saber onde você está com suas mãos.

— Você não pode ver, mas pode sentir.

— Para! Eu já pedi pra você tirar a mão de mim.

— (Risos)

— E o pé também. Mantenha o seu corpo afastado do meu!

(Silêncio)

— Seu cabelo tá tão cheiroso!

— Ehr... ‘Brigada!

— Você não gosta de cafuné?

— Eu já disse que... Nossa! Que mãos! Para, para... quer dizer, não para. Continua assim.

— Com quem você tá falando? Eu não tô te encostando!

— Não? Ah, meu Deus! É uma aranha gigante!!

— Calma, calma! Sou eu, gente! Só vim aqui pra ver o que vocês estavam fazendo.

(Silêncio)

— Será que eu atrapalhei alguma coisa? Tava rolando um clima por aqui?

— Não tava rolando clima coisíssima nenhuma! Ele que tava querendo me encostar a mão.

— Mas, se fosse a mão dele fazendo um cafuné e depois deslizando assim pelas suas...

— Tira a mão de mim!

— Ela é difícil, hein, cara!

— Muito.

— Será que vocês esqueceram que eu tô aqui! Se querem falar de mim, podem se retirar do quarto. Ai, o que foi esse clarão?

— Você acendeu a luz?

— Eu não!

— Nem eu.

— Eu tô sentindo a sua mão e... a sua também.

— Agora você quer sentir a minha mão, né!

— Quem tá aí? Responda! Ei, não precisa se aproveitar da situação: tira essa mão daí! Quem tá aí? Ai, o que foi isso, gente? Acende essa lâmpada!


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Sangue Frio



O galpão era cercado por enormes grades enferrujadas; o capim era alto e a vegetação se enrolava no portão que um dia fora cinza. O carro importado estacionou ali perto e o motorista esperou; o passageiro, no banco de trás, já tinha perdido a paciência desde cedo:

— Imprestáveis... — ele sussurrou pra si mesmo.

Alguns minutos depois, dois homens de pele queimada de sol saíram do galpão. Eles correram para abrir o portão e dar passagem para o sedã preto.

O motorista parou o carro do lado de dentro da propriedade e o passageiro desceu, pisando nos cascalhos com seus sapatos de couro legítimo. Ele era alto e muito branco; seu cabelo loiro estava penteado para trás com muito gel. Trajava um paletó risca de giz impecável e um par de óculos escuros escondendo os olhos claros.

— Patrão, — disse um dos capangas — não era necessário a presença...

— Calado! Eu não pedi a sua opinião. — O subalterno fechou a boca. — O que eu pedi para vocês? Pedi que arrancassem informações desse imbecil que vocês mantêm preso nesse lugar, mas vocês não conseguiram nada.

— Mas a gente...

— Nada!

O homem engoliu seco. O patrão continuou mordendo as palavras:

— Queria que vocês mantivessem esse idiota preso por, no máximo, dois dias; que fizessem de tudo para fazê-lo abrir a boca, mas, mais uma vez, vocês falharam. Falharam! Será por que eu não me surpreendo com isso? Eu já devia ter aprendido uma lição com vocês: quando eu quero um serviço bem feito, eu mesmo devo fazer. — Os capangas só olhavam pro chão. — Agora, me mostrem onde vocês o escondem.

Levaram o patrão para dentro do galpão: o lugar era cheio de caixas de madeira de carregamento de armas vindas de outros lugares da América do Sul. O lugar também servia para desmonte de carros roubados e cativeiro. O sequestrado estava amarrado a um poste de madeira que se estendia por 7 metros de altura: ele estava sem camisa, com os braços amarrados pra cima e sua calça jeans fedia urina. O patrão tirou os óculos quando se pôs diante da vítima.

— Você? — o homem amarrado ainda teve forças para dizer. — Eu devia ter desconfiado...

— Guarde as suas desconfianças para depois. — Então, ele se virou para o motorista: — Como estão os preparativos?

— Já está quase pronto, patrão.

O homem de terno sentou-se numa cadeira bem em frente ao homem amarrado. Ele sorria.

— Por quanto tempo você continuará com essa bobeira de ficar calado? Você sabe que será pior para você.

— Esses idiotas...

— Concordo!

— ... já me interrogaram durante todos esses dias... E eu já disse que eu não sei de nada!

O patrão se enfureceu: levantou da cadeira e segurou o queixo do prisioneiro.

— Pare com esse joguinho. Nós dois sabemos muito bem que você tem a informação que eu preciso. Onde o seu tio está escondido?

— Eu já disse que EU NÃO SEI!

O patrão sorriu largo. Foi até onde o motorista estava e voltou com uma barra de ferro com a ponta esbraseada. Todos os poros do prisioneiro minavam suor. Ele não sabia até onde a loucura daquele homem podia ir.

— Você vai me dizer o que eu quero ou eu vou ter que...? — e insinuou que encostaria o ferro quente no peito nu do prisioneiro.

— Eu não sei... — o prisioneiro chorava sem lágrimas.

— Diga onde está seu tio — e aproximou o fogo dos olhos do desafortunado homem amarrado no poste.

O calor se aproximava cada vez mais mais mais...

— Eu não sei... eu não sei... — e desmaiou.

O patrão se virou para a plateia (de capangas):

— Eu acho que ele não sabia de nada mesmo.

— O que a gente faz agora?

— Jogue um balde de água na cara dele.

O prisioneiro acordou e sua primeira visão foi o rosto do mentor de toda aquela história doentia.

— Desculpe, mas... — o patrão disse — você viu coisa demais, menino. E... eu pedi pra te acordarem porque eu não mato quem está dormindo.

Enfiou-lhe uma Colt pela garganta e puxou o gatilho.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

De pernas pro ar




"Ninguém compreende o que realmente existe. Nem mesmo os dois, os mais envolvidos. Eles se perderam em meio às mãos, aos cabelos, suores, palavras, sentimentos abafados. Talvez ele queira. Talvez não. Talvez ela queira. Talvez não. Nunca a verdade vai ser descoberta, ao menos que um dos dois fale. 

Ela perdeu a razão no dia que se perdeu nos olhos dele, nos cabelos, nos lábios, na voz, nas cicatrizes. Ele não se compreendeu no dia que se perdeu na força dela, nas atitudes, na personalidade, nos movimentos, na determinação. Ela não compreendia o envolvimento com alguém que tinha tanto pra que ela o odiasse. Ele não compreendeu como querer tanto alguém que mal entrara na sua vida. Ambos de personalidade. Personalidade forte demais. Nenhum daria o braço a torcer e daria o primeiro passo. Apenas um passo. Isso iria contra os meus princípios, diria ela. Não posso demonstrar que não sou tão mal quanto pareço, pensaria ele.

Ela só quer ver ele chegar ao topo. Ele merece o topo. Ele só quer apresentá-la a vida. Ela quer conhecer a vida. Ela quer o ver realizar todos os sonhos. Ele é sonhador. Ele quer alguém para contar todos os seus segredos. Ela quer desvendar todos os segredos dele. Ela quer alguém em que possa confiar. Ele demonstra a ela lealdade. Ele quer dar-lhe todo o prazer existente. Ela idem. Ela quer alguém que a entenda sem que ela precise dizer uma palavra. Ele parece ler sua mente. Ele quer alguém que o surpreenda. Ela sempre planeja uma surpresa. Ela não tem medo de ousar. Ele gosta de ousadias. Ela parece dizer uma coisa, mas pensar outra. Ele lê isso nos seus olhos. Ele não quer alguém pra vida inteira. Ela também não. Ela cuida dele como uma mãe, mas o ama como uma prostituta. Ele a ama como um animal, mas trata-a como uma dama. Ela não compreendia como que apenas um toque leve da ponta dos dedos nele no seu braço que fosse fazia um estrago tão grande em sua cabeça. Era tesão, paixão, algo que não era possível explicar. Ele não compreendia como ela sabia desvendar seus segredos sem ao menos fazer uma pergunta. Um olhar fazia com que ele confiasse tanto nela a ponto de fazê-lo contar seus maiores medos, vontades segredos. Nenhum outro homem conseguiria fazer isso com ela. Nenhuma outra mulher conseguiria fazer isso com ele.

Só ambos poderiam dizer o que ocorria entre os dois. Tudo ficaria preso em meio aquelas quatro paredes. Paredes tão mudas. Paredes que queria gritar. E os amigos não compreendiam. O que há de tão especial nessa vadia? Por que ela continua querendo esse babaca? Eles não sabiam o quão ela se importava com o bem-estar dele independente de tudo e de todos, nem o quanto ele a tratava como uma deusa merecedora de toda a atenção e carinho do mundo. Era a relação mais pura em meio a tanta sacanagem. A mais sincera em meio a tantos segredos. A mais livre em meio a tantos medos. A melhor possível em meio a tanta dualidade.

Tão diferentes. Tão iguais. Fortes, amedrontados, envolvidos. Apaixonados? Talvez sim. Talvez não. Isso jamais seria descoberto até que um passasse por cima do ego e do medo. Isso jamais seria descoberto. Eram fracos demais para isso. Ou fortes por continuar em frente em meio a tanta reprovação. 

Tudo continuaria igual. Eles continuariam a se encontrar pelas noites. Noites frias que se tornariam quentes. Noites tristes que gerariam sorrisos. E se separariam pela manhã. Manhã quente, mas com um que de separação. Manhã fria, com um que de haverá mais outra noite. Seriam momentos de risos, gritos, tapas, gemidos, mesmo que depois viesse a separação. Cumplicidade. Talvez seja essa a palavra. Não era paixão. Não se exigia fidelidade ou telefonemas. Tudo estaria resolvido no próximo encontro. Ele não servia pras tardes dela. Ela não servia pras tardes dele. Ou talvez servissem. Só não haviam descoberto isso. Mas tudo estava bom demais assim. Não vou estragar tudo, diria ela. Não vou ser fraco, diria ele. Eles realmente eram muito iguais, por isso não se chegaria a nada. E eram muito diferentes, por isso tinham tudo pra dar certo."

Texto de uma pessoa que preferiu ficar no anonimato.

domingo, 13 de maio de 2012

Coisa de filho



“Tenho às vezes vontade de ser novamente um menino, 
e na hora do meu desespero gritar por você; 
te pedir que me abrace e me leve de volta pra casa,
 e me conte uma história bonita e me faça dormir.”

Eu amo essa mulher! Somos praticamente da mesma geração e a pouca diferença de idade fez com que criássemos entre nós uma enorme cumplicidade. Sabemos o sentimento de cada um só pelo olhar; a gente não consegue esconder mentiras um do outro e é só ela me dar aquela olhada para eu saber que já tá na hora de ficar calado.

Todos nós, alguma vez na vida, já tivemos conflitos com nossas mães, mas a gente amadurece. Cresce, amadurece e aprende a dar valor nessas mulheres. A gente cresce, amadurece e percebe que podemos aprender tantas coisas com elas.

Minha mãe foi quem me ensinou a cuidar da casa, quem pegou na minha mão quando eu ainda treinava minha coordenação motora no jardim de infância, quem me explicou por telefone como fazer arroz.

Foi ela quem me ensinou que não se pode falar mal dos outros, que algum dia todos nós podemos precisar dos nossos vizinhos e que eu não posso entrar no rio depois de ter almoçado.

De uma forma natural, nós dois fomos nos aproximando cada vez mais e nos tornamos amigos. E a gente conversa como amigos conversam! Já discutimos tentamos descobrir em que novela a Adriana Esteves e o Marco Ricca se conheceram, onde foi parar o meu cachorro de pelúcia e em que DVD tem aquele clipe do Phil Collins.

Como é grande o meu amor por essa mulher! Nós do sexo masculino adoramos ser mimados quando estamos doentes, e minha mãe faz isso como ninguém. Como daquela vez que eu fiquei sem voz durante um final de semana e minha mãe me levava chá de hortelã na cama.

Isso sem falar no que ela já fez em tempos remotos da minha vida: sentiu dores nas costas enquanto eu crescia dentro da sua barriga; aguentou os meus berros (sim, eu berrava!) durante muitos anos; trocou minhas fraldas e vestiu meus macacõezinhos; penteou meu cabelo e me ensinou como me vestir; colocou comida na minha boca; me levou no hospital; e mais uma infinidade de coisas. E nunca me cobrou nada. Nunca me jogou na cara que fez tudo isso por mim e que era minha obrigação ser assim ou assado. 

Para os outros, minha mãe pode parecer séria. Sim, ela é séria. Se minha mãe não fosse tão rigorosa talvez eu não tivesse aprendido tudo que ela me ensinou: tem que ter disciplina, dedicação, esforço.

Sim, ela é séria. Mas ela também é uma comédia. Sua risada é estridente (o que eu peguei por DNA!) e sua dança é estranha. E como ela é amorosa! Acorda durante a noite pra passar a mão no meu cabelo, me dá um abraço forte quando nos encontramos e tem muita calma quando estamos estressados. Mas também é muito estressada quando todos nós estamos calmos.

Minha mãe é meu porto seguro. Quando parece que o mundo vai desabar, minha mãe vem com uma voz mansa e uma palavra calma pra pôr tudo no lugar. Isso às vezes me tira do sério, mas, no fim, era isso que eu precisava.

“Tenho às vezes vontade de ser novamente um menino; 
muito embora você sempre acha que eu ainda sou. 
Toda vez que eu te abraço e te beijo sem nada dizer, 
você diz tudo que eu preciso escutar de você.”

Te amo e não há nada nesse mundo que diminuirá o que eu sinto.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Sob as luzes de Copacabana



Trecho do mais lindo conto de amor que eu já li na minha vida.

"Feliz 93 pra você! Foi o que ela disse, enquanto passava a mão no meu rosto, depois de me beijar suave e até demoradamente uma das faces. Os últimos fogos que espocavam na noite nublada engoliram o meu silêncio, Ela me deu as costas, acenou para alguém que estava a distância e eu a acompanhei com os olhos até que sumisse no meio de tanta gente que ia e vinha pela Atlântica. Desapareceu entre mães-de-santo, pagodeiros e caixas de isopor, formando a primeira imagem do ano: seu vestido branco e justo, seus sapatos na mão esquerda e, na direita, a garrafa de champanhe barato que ela pegou de mim assim que bebi o primeiro gole no gargalo.

Para você também, deusa, falei entre os dentes, quando ela já ia longe, para não haver a menor possibilidade de que ouvisse, como, aliás, nunca ouviu, soube ou desconfiou. Se ela chegava perto, eu parecia o aluno tímido da sala, o que geralmente se apaixona pela professora. Invadia-me aquela sensação de flutuar até o alto dos prédios sempre que ela aparecia, normalmente do nada, por trás de alguma pessoa, estacionando ao lado do meu carro, descendo do ônibus no ponto em que eu esperava. Esbarrava em mim sem querer, braço com braço, parava de costas à minha frente, conversando com alguém, e sabia que eu estava ali — absorvido pelo perfume dos cabelos — porque virava de repente e me perguntava algo, sobre fulano, se estive lá no lugar que ela falava, e a resposta empacava, nada saía, minha voz era tragada pela respiração suspensa. Cara estranho, parece que tem medo de mulher, ela deveria pensar. Ridículo, estúpido, eu pensava de mim.

Assim foi no réveillon. Eu olhava o final da cascata do Méridien e dava um gole de champanhe, o primeiro do ano, um monte de gente conhecida em volta se abraçando, dinheiro, saúde, felicidade, juízo, aquilo tudo, tapinhas em meus ombros, outras mãos na garrafa, e senti a mão pequena deslizar em meu peito, era ela, como de costume surgida do nada e trazendo todas as luzes de Copacabana nos olhos. Oi, o sorriso era maior que a praia, o que você está fazendo aqui? Era óbvio o que eu fazia ali, mas vá tentar responder às indagações da esfinge, mesmo as óbvias. Balbuciei algo no mínimo sem sentido e acabei entregando a garrafa em suas mãos, tentando engolir a bebida que, atrapalhado, deixei escorrer pelo canto da boca. E já que virei estátua, ela começou a conversar com os outros, até me beijar no rosto, desejar feliz ano novo e sumir, me deixando enredado numa teia de incapacidade. Merda! Mas nem para dizer pra você também, legal te ver, a gente se encontra esse ano. Era constrangedora a minha falta de talento para lidar com ela. Eu sou apaixonado por essa mulher, pensei alto. O quê? Um cara perguntou ao lado e eu nem sabia quem era. Eu sou apaixonado por essa mulher, porra! Gritei, com coragem, audácia. Metade desse ímpeto na cara dela e já resolveria. Tem de falar é pra ela, não é pra mim, não, argumentou o infeliz. Eu sei, bosta! Eu sei! Mais do que ninguém eu sabia."

Trecho do conto "Histórias de Amor (I)" do livro "A Solidão do Livro Emprestado", do jornalista André Giusti; livro que eu encontrei por acaso numa feira por um real. Uma das minhas melhores aquisições! Esse conto especialmente me trouxe lágrimas aos olhos enquanto eu viajava pela BR-365 às duas horas da tarde.