quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Oscar 2011


Ontem foi divulgada a lista dos indicados ao Oscar 2011.


Como todos os anos, a Academia tem seus favoritos. Esse ano, "O Discurso do Rei" é o recordista com doze indicações. Seguido por "Bravura Indômita" com dez indicações, "A Origem" e "A Rede Social" com oito.

Outros filmes de destaque são "O vencedor", "127 horas", "Cisne negro" e "Toy Story 3", animação que concorre também a Melhor Filme.

Das grandes bilheterias do ano passado estão "Alice no País das Maravilhas" nas categorias Direção de Arte, Figurino e Efeitos Visuais e "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1" nas categorias Direção de Arte e Efeitos Visuais.

Outra notícia interessante é sobre a participação brasileira no Oscar 2011. "Lixo Extraordinário" dirigido pelos brasileiro João Jardim e Karen Harley e pela inglesa Lucy Walker está concorrendo a Melhor Documentário. O filme fala sobre os catadores de lixo e sobre o trabalho de Vik Muniz
que transforma lixo em arte, como era mostrado na abertura de "Passione".

Eu acho que ficaria meio chato colocar todas as categorias, então vou listar as principais e a de Canção Original que sempre vale a pena conferir.

Melhor Filme

A Rede Social
O Discurso do Rei
Cisne Negro
O Vencedor
A Origem
Toy Story 3
Bravura indômita
Minhas mães e meu pai
127 horas
Inverno da alma

Melhor Diretor

David Fincher - A Rede Social
Tom Hooper - O Discurso do Rei
Darren Aronofsky - Cisne Negro
David O. Russell - O Vencedor
Joel e Ethan Coen - Bravura Indômita

Melhor Ator

Jesse Eisenberg - A Rede Social
Colin Firth - O Discurso do Rei
James Franco - 127 horas
Jeff Bridges - Bravura Indômita
Javier Bardem - Biutiful

Melhor Atriz

Annette Bening - Minhas mães e meu pai
Natalie Portman - Cisne Negro
Nicole Kidman - Rabbit Hole
Jennifer Lawrence - Inverno da alma
Michelle Williams - Blue Valentine

Melhor Longa-Metragem de Animação

Como treinar o seu dragão
Toy Story 3
O Mágico

Melhor Canção Original

We belong together - Toy Story 3
If I rise - 127 horas
I see the light - Enrolados
Coming home - Country Strong

A premiação vai acontecer no dia 27 de fevereiro em Los Angeles, no Teatro Kodak. Será apresentado por James Franco e Anne Hathaway e transmitido para mais de 200 países. A Rede Globo, como de costume, apresentará a premiação depois do "Fantástico" com comentários de José Wilker.

Vão ao cinema!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Maria Gadú

Sem dúvida alguma, Maria Gadú foi o melhor acontecimento da música popular brasileira no último ano. Chegou de mansinho com o seu "Shimbalaiê" em "Viver a vida" que conquistou muitos fãs. Depois emplacou mais duas músicas na trilha sonora de "Cinquentinhas": "Ne me quitte pas" e "A história de Lilly Braun". Depois em "Cama de gato" com "Linda Rosa", em "Ti-Ti-Ti" com "Rapte-me, Camaleoa" e em "Araguaia" com "Mais que a mim" que foi gravada ao lado de Ana Carolina.


E ultimamente eu estou apaixonado por uma de suas músicas: "Dona Cila". Ela fez essa música pensando na sua falecida avó. Segundo a crítica, essa música é emocionante sem ser piegas. A letra e o link para o clipe no You Tube abaixo. Preste atenção em cada palavra. Eu já chorei ouvindo Dona Cila.




Dona Cila

De todo o amor que eu tenho
Metade foi tu que me deu
Salvando minha alma da vida
Sorrindo e fazendo meu eu

Se queres partir, ir embora
Me olha da onde estiver
Que eu vou te mostrar que eu tô pronta
Me colha madura no pé

Salve, salve essa nega
Que axé ela tem
Te carrego no colo e te dou minha mão
Minha vida depende só do teu encanto
Cila pode ir tranquila
Teu rebanho tá pronto

Teu olho que brilha e não para
Tuas mãos de fazer tudo e até
A vida que chamo de minha
Neguinha, te encontro na fé

Me mostre um caminho agora
Um jeito de estar sem você
O apego não quer ir embora
Diacho, ele tem que querer

Óh, meu Pai do céu
Limpe tudo aí
Vai chegar a rainha precisando dormir
Quando ela chegar
Tu me faz um favor
Dê um banto a ela que ela me benze aonde eu for

O fardo pesado que levas
Deságua na força que tens
Teu lar é no reino divino
Limpinho, cheirando alecrim.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Os acidentes

[todas as histórias são verídicas]

Andando na rua presencio muitas situações inusitadas. Em casa, estamos sujeitos a muitos acidentes, mas na rua... o negócio tem uma infinidade de envolvidos. E testemunhas que riem da desgraça alheia.

Voltando do cinema muitos anos atrás, vi uma mulher que ia saindo de uma lojinha de roupas. A porta da loja era de vidro e a mulher não percebeu que essa porta estava fechada. Teve um homem que tentou impedir, mas a mulher foi com o nariz na porta e caiu de costas. Foi engraçado.

Uma menininha também já caiu bem na minha frente. Aqui, pertinho de casa. Ela estava na sua bicicletinha e virou uma esquina com tudo. A bicicleta escorregou e ela ralou o braço. Se fosse comigo, eu tinha ficado deitado, gemendo. Mas ela se levantou, jogou o cabelo pro lado, subiu na bicicleta e nem deu oportunidade de eu perguntar se estava tudo bem.

Num domingo, andando à toa pela rua, vi uma mulher trombando numa lixeira. Isso já me aconteceu muitas vezes. E eu acho que foi culpa dessa azarada.

Ela trombou na lixeira e nós, eu e meu primo, não resistimos às risadas. Ela virou pra trás e disse:

— Um dia vai ser com vocês!

Hoje eu ando olhando pra frente, mas quando eu não olhava... Ih! Era lixeira na certa.

Os acidentes também já aconteceram comigo. O mais engraçado talvez tenha sido no dia que eu estava andando de bicicleta no estacionamento de um restaurante ali perto da igreja. De repente, o homem abriu a porta do seu carro e eu bati com a bicicleta na porta e caí no colo do homem dentro do carro.

Isso sem falar em escorregões, trombadas em carros parados, testadas em placas e uma vez que eu atravessei uma avenida muito movimentada em alta velocidade numa bicicleta de carga: daquelas de fazer entrega. E eu só tinha uns 7 anos. Adrenalina!

Mas quem tá na chuva é pra se molhar! E quem tá na rua...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Os cachorros

[todas as histórias são verídicas]

Andando pela rua eu vejo um dos meus maiores pesadelos: os cachorros. Eu quero conhecer um país onde não tenha cachorros pelas ruas. Talvez eu me mude pra lá. Na minha cabeça tem um mapa de um campo minado: as minas são os cachorros.

Por exemplo, eu sempre tive medo de um cachorro gigantesco que ficava numa esquina ali perto de uma antiga gráfica. Eu nem chegava perto do portão dessa casa. Num dia, eu vi esse mesmo enorme cachorro farejando do lado de fora da sua morada. Desde então eu nunca mais passei naquela esquina.

Outro cachorro da rua nem é agressivo. Um pobre coitado! A primeira vez que eu o vi, eu quase morri, mas depois fui criando intimidade. Ele é grande e branco e ficava deitado de frente a padaria. Quando qualquer pessoa passava perto dele, ele se levantava e só voltava a se deitar quando a pessoa já tinha passado. Como se estivesse dando licença para a pessoa!

Mas o mais inusitado estava por vir. Estava andando por um caminho comum e, de longe, eu vi um cachorro com aquelas proteções de plástico em volta do pescoço. “Um cachorro louco”, eu pensei.

Atravessei a rua e estava passando na outra calçada. Nesse momento, o dono do cachorro saía com seu carro da garagem e eu com os olhos fixos no cachorro louco. E a roda se aproximava cada vez mais do cão. Até que passou por cima do rabo do cachorro. Ele saiu correndo.

O dono do cachorro desceu e viu que eu tinha assistido à cena.

— Pegou nele!

— Não eu acho que foi só o rabo.

E o homem indignado com o QI do seu cão, resolveu explicar a proteção do cachorro:

— Levei ele na veterinária e ela colocou essa proteção no pescoço dele. Ele tava... — olhou para trás. — Ele tava com a mania de morder o pinto dele. Aí, com esse proteção ele não tá vendo nada. Nem ouvindo.

Eu fiquei com os olhos esbugalhados.

Andar na rua é que nem participar de um filme ao vivo. Sem roteiro e sem diretor.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

As Janelas

[todas as histórias são verídicas]

Andando pela rua eu me lembrei de uma professora. Certa vez, ela disse que sempre que via uma janela aberta ela não aguentava a curiosidade: tinha que olhar o que tinha dentro.

E de janela em janela fui vendo muitas coisas pelas ruas.

Num dia de chuva, eu precisei me esconder debaixo de um toldo de uma janela alta. A janela estava fechada, mas a minha imaginação tem vida própria. Quando eu vi, eu já imaginava uma briga de casal e um dos cônjuges voando pela vidraça, caindo em cima de mim.

Não foi a mesma coisa que eu ouvi passando perto de outra janela alta. De início, eu pensei que fosse um cachorro, mas depois eu percebi que a voz era humana. O gemido era humano. Muito pano pra minha imaginação! Mas não era nenhum gemido proibido para menores de 18 anos. Eu acho que a pessoa estava morrendo de tanta dor.

Outra janela que me chama a atenção fica ali perto da avenida, de frente pra farmácia. Diferente das outras é uma janela baixa, perfeita para a curiosidade da minha antiga professora. Qualquer um que passa ao seu lado consegue ver perfeitamente o interior por causa do vidro quebrado. É um banheiro.

No início, eu pensei que fosse um banheiro largado, que não funcionava mais. Mas o negócio funciona. Todos os dias o banheiro está de um jeito diferente. E inconscientemente eu me viro para a vidraça quebrada e vejo o vaso sanitário e tudo mais. Ainda bem que eu nunca vi ninguém usando-o.

Por último, a janela de um carro. São várias coisas que as pessoas fazem dentro de um carro. Poderia citar 1001 coisas para se fazer dentro do seu automóvel. E mais 1002 para os namorados.

Estava andando ali na pracinha e vi uma caminhonete estacionada. Era velha e vermelha. Tinha uma mulher com o rosto colado no vidro. Eu pensei que talvez ela estivesse passando mal, sem ar. Por isso fiquei com os olhos fixos na janela.Virei-me rapidamente quando eu vi o rosto de um homem debaixo do braço dela. Ele estava mordendo-a e... eu não vi o resto. Nem pra colocar uma película no negócio.

Existem outras janelas que me chamam a atenção como a do quarto de uma senhora que faz costura, a do quarto de um menino que tem um computador muito barulhento ou a de um banheiro que eu consigo ver de longe o chuveiro e os shampoos colocados ali, mas eu não sou tão atrevido como minha professora.

Quem vê o que quer, ouve o que não quer!

domingo, 16 de janeiro de 2011

O melhor de 2010


Com 42% dos votos, "As Cariocas" é o programa eleito o melhor de 2010.

Direção: Daniel Filho

sábado, 15 de janeiro de 2011

Acabou!

“Passione” chegou ao fim (leia “Os segredos revelados”, 15 de janeiro de 2011) e a minha vida social volta ao normal [rsrsrsrs].

Foram 8 meses de dedicação diária pela novela de Sílvio de Abreu e eu fiz muita coisa pra poder assistir aos mistérios de “Passione”: contei mentira adoidado, inventando desculpas pra assistir. [Que situação!]

Eu esquecia de comer, tomar banho e sonhava com a novela.

Agora, eu volto ao blog também com a nova série “Andando pela rua”. Uma série de alguns posts 
sobre acontecimentos presenciados pela cidade.

Até mais.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Romances Policiais


Katherine havia levado um livro para o jantar, e logo notou os olhos do homenzinho fixos sobre ele com uma espécie de brilho maravilhado.

— Vejo, madame, que a senhora tem aí um roman policier. Gosta desse tipo de coisa?

— Divertem-me — Katherine admitiu.

O homenzinho balançou a cabeça com um ar de compreensão total.

— Vendem bem sempre, pelo que me disseram. Por que será, hein, mademoiselle? Pergunto-lhe como um estudioso da natureza humana. Por quê?

Katherine sentia-se cada vez mais encantada.

— Talvez deem a quem os lê a ilusão de viver uma vida excitante — ela sugeriu.

Ele acenou a cabeça com gravidade.

— Sim, pode ser.

— É claro, sabe-se que tais coisas não acontecem de verdade — Katherine ia continuar, mas ele a interrompeu bruscamente.


— Às vezes, mademoiselle! Às vezes! Eu lhe digo... Aconteceram comigo.

Ela lançou-lhe um olhar rápido e interessado.

— Algum dia, quem sabe, a senhora esteja no meio de alguma aventura — ele prosseguiu. — É tudo obra do acaso.

— Não creio que seja provável — disse Katherine —, essas coisas não acontecem comigo.

Ele se inclinou para ela.

— Gostaria que acontecessem?

A pergunta a assustou, e ela segurou a respiração.

— Talvez seja fantasia de minha parte — disse o homenzinho, enquanto polia com destreza um dos garfos —, mas acho que mademoiselle tem em si um desejo ardente por acontecimentos interessantes. Eh bien, mademoiselle, ao longo de toda minha vida tenho observado uma coisa: “O que alguém quer, consegue!” Quem sabe? — sua face retorceu-se comicamente. — Pode conseguir mais do que espera.

— É uma profecia? — perguntou Katherine, sorrindo enquanto se retirava da mesa.

O homenzinho balançou a cabeça e declarou, pomposo:

— Nunca faço profecias. É verdade que tenho o hábito de estar sempre certo, mas não me gabo disso. Boa noite, mademoiselle, e durma bem.

[Diálogo entre Katherine Grey e Hercule Poirot em “O Mistério do Trem Azul” de Agatha Christie.]

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Um beijo americano

Ela tinha os olhos acinzentados. Era isso. Não sei como descrever olhos acinzentados. Só sei que era assim. Tinha uma pele de um branco ósseo e tinha uma tristeza indisfarçável no seu olhar cabisbaixo.

E ele era moreno com os ombros largos e traços fortes. Alguns fios de seu cabelo caiam-lhe na frente dos olhos e tinha braços fortes. Sua pele, seu ar, seu olhar e sua ousadia... Era um brasileiro em todos os seus centímetros.

Encontraram-se pela primeira vez num hotel em Londres. Aquela chuva fina caindo lá fora. Posso ouvi-la sem jamais ter estado lá.

Não foi propriamente um encontro. Seus corpos toparam numa batida. Ela não percebeu: estava com o olhar perdido. Ele, percebeu os olhos acinzentados e os cabelos castanhos. A pele como se fosse de mármore.

Nem se cumprimentaram.

Ele foi para seu quarto de hotel pensando naquela bela criatura. Sonhou que ela estava em seus braços. Sentiu sua pele fria e seu toque frágil.

Foi numa confeitaria, uma semana depois, que os dois se reencontraram. Ele a viu tomando seu chá com o olhar vago de sempre. Aproximou-se dela. Não tinha inglês suficiente para um diálogo.

Ela ficou um pouco tímida com aquele homem na sua frente. Depois gostou do desconcerto dele. Ele lutava com todo o vocabulário que tinha. Ela achou divertido.

Ele se apaixonou por seu sorriso tímido. E viu que seus olhos ainda eram tristes.

Foi uma conversa de muitos minutos. Maravilhosos minutos. Gostosos.

Ela se despediu e ele a seguiu. Na rua, ela virou-se para entrar num daqueles ônibus vermelhos de dois andares e ele a segurou.

— Be Happy! — ele disse.

— I will be!
—So... kiss me!
Ele a agarrou pela cintura. Ela não queria, mas não fez nada para impedir. Sentiu os braços fortes dele a sua volta e depois o hálito fresco e, depois, os lábios quentes.
Ela sentia como se ele sugasse sua alma pelos lábios e ele lhe entregava sua vida pelo mesmo trajeto. Uma troca apaixonada.

Era o gosto mais doce e suave que sentira. Os dois pensavam a mesma coisa.
— I will remember you forever! — ela disse.
— I will too.
Despediram-se. Ele voltou para seu quarto de hotel e não viu aquela linda beleza novamente. Voltou apaixonado para o Brasil.
Ela?
Foi feliz e sonhou todos os dias com os beijo quente do americano.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O bagulho do histórico

[aconselhável ler com sotaque carioca]

JÚLIO: Você entende muito de computador, né? Você é fera, mesmo!

BRUNO: Pois é, cara! Nunca gostei de estudar, mesmo, e aí ficava lá em casa de bobeira. Quem disse que eu sou burro? Aprendi um punhado de coisa. Tô até trampando com esse bagulho de computador.

JÚLIO: Você entende, mesmo.

BRUNO: Pois é!

JÚLIO: Eu sou um zero à esquerda, cara! Não sei mexer em merda nenhuma daquilo. É um bicho-de-sete-cabeças!

BRUNO: Isso aí é o que o pessoal diz. Mas é mole, mole.

JÚLIO: Então...

BRUNO: Então, o quê?

JÚLIO: Tava precisando de um favorzinho seu, maluco.

BRUNO: Podes crê! Quer que eu faço uma montagem? Dou uma limpada no seu PC? Quer que eu hackeio um Orkut aí pr'ocê?

JÚLIO: Não. Não é nada disso. Tava querendo saber como é que... que... apaga o histórico?

BRUNO: Pô, cara! É muito fácil! Mas pra que você quer apagar o histórico?

JÚLIO: Tô meio grilado com uns troço aí. E os cara lá da loja de computador vai lá em casa esses dia. Tô meio... encabulado de mostrar as paradas que eu olho na Internet pr'os caras.

BRUNO: Preocupa não! Eles tão acostumados em ver caras que nem tu que vê pornografia na Net.

JÚLIO: (nervoso) Não é nada disso, maluco.

BRUNO: (rindo) Tá vendo uns filminho proibido, né! Fica de boa. Eu também vejo.

JÚLIO: Eu já disse que não é isso.

(Os dois ficam calados)

BRUNO: Parada sinistra...

(Silêncio)

BRUNO: Tu tá envolvido com parada de terrorismo?

JÚLIO: Tá doido?

BRUNO: Com os maloqueiro lá dos Afeganistão? Do Iraque, maluco?

JÚLIO: 'Cê tá maluco, véio? Eu, hein! Só te pedi pra me ensinar a apagar o histórico do meu PC e você me vem com esse interrogatório. Tá parecendo os "homi" quando veio pedir satisfação do roubo lá perto do meu barraco.

BRUNO: Mas eu só tô querendo saber por causa de que que 'ocê quer apagar esse bagulho, maluco!

(Júlio pensa um pouco)

JÚLIO: Você não vai rir?

BRUNO: Prometo.

JÚLIO: Um cara hackeou o Orkut da minha mina pra mim. Eu tava grilado com umas parada aí. Achei que ela tava me chifrando com o cara da loja de computador. Aí, eu fui dar uma confirida no Orkut da gata, mano. Só isso!

BRUNO: Só isso?

JÚLIO: Só.

(Bruno caiu na gargalhada)