domingo, 14 de agosto de 2011

Meu pai é foda


Eu amo esse homem! Eu admiro e me espelho nesse homem desde sempre. É engraçado como é essa ligação de pai e filho. Principalmente de uns anos pra cá eu percebi que meu pai é um super herói. O meu super herói! O homem mais forte do mundo, que não tem medo de nada e que enfrentaria todos os monstros por mim. Ele é o cara!

Meu pai é o homem cheio dos pensamentos profundos, das frases feitas e das piadas prontas. E eu, que não sou bobo nem nada, aprendi muita coisa com ele. Eu acho que ele nem tem consciência de tantas coisas úteis — e inúteis — que ele me ensinou.

Meu pai é o homem que me ensinou que cabeça vazia é a oficina do diabo e que homem de chinelo vale a metade. Foi ele que me ensinou que não se deve dizer c* doce e sim ânus glicosados.

Foi ele quem me explicou o que era motel, marmelo e cheque especial; que disse que Big Brother e Copa do Mundo é tudo combinado; e que o sangue na televisão é de ketchup.

É esse homem que tem métodos maravilhosos contra fobias, como deixar uma pessoa (eu) no meio do mato, à noite, sem nenhuma lanterna. E ele é o único que me acorda puxando o meu pé ou batendo na parede do meu quarto.

Foi com o meu pai que eu aprendi que doce tem que se comer muito. Não é só um pedacinho de nada, não! Tem que comer pra encher a boca, como se fosse uma segunda refeição.

E foi meu pai que me levou na carroceria do carro no meu primeiro dia de aula; era ele que eu chamava pra me ajudar nos exercícios de matemática da 6ª série; foi esse homem que me salvou de morrer sufocado quando eu tinha poucos meses de vida; foi ele que me apoiou em todas as minhas decisões — inclusive mudar para uma cidade grande pra me formar professor.

— Ah, menino! Dá ‘seus pulo’!

Foi meu pai quem me colocou em cima de um cavalo pela primeira vez, que me deu um caqui verde pra comer, que me treinou pra ver piada em tudo.

E tudo que eu vou fazer na minha vida eu penso: “Meu pai disse isso e aquilo. Eu posso confiar nele. Cegamente.”

— Nossa! Pra burro só falta ‘as pena’.

— Uai, pai! Burro não tem pena.

— Então, já é um burro completo.

Meu pai é fodasticamente foda. Eu sou o fodinha.

Te amo!

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