A minha vida virou de pernas pro ar em uma semana. No domingo passado, eu estava em Uberlândia me recuperando de uma festa que eu tinha ido no dia anterior; na terça-feira, eu comemorei o aniversário da minha tia nessa mesma cidade; na quarta-feira, fui avisado de que precisava viajar para Belo Horizonte até segunda-feira (amanhã). Eram menos de quatro dias para fazer reservas no hotel, comprar a passagem de ônibus, arrumar as malas e ir sozinho pra uma cidade desconhecida. E cá estou na capital mineira!
Meu sonho era conhecer Belo Horizonte: não conhecer BH é ser um péssimo mineiro (eu era até hoje). Fiquei super animado com a possibilidade de conhecer essa cidade. Mas fiquei com muito medo. Entrei no ônibus em Patrocínio à 00:25 hr e só chegaria aqui em Belo Horizonte seis horas depois. Muito tenso!
Não consigo dormir em viagem, então já me preparei pra ficar acordado a noite toda. Até liguei uma musiquinha pra relaxar, mas, por acontecimentos irrelevantes, tive que sentar num lugar do ônibus que não me é nenhum pouco agradável. Eu fiquei enjoado, a fome e a sede foram apertando e até a leitura estava me fatigando. Depois de duas horas de viagem, eu já queria pular da janela do ônibus.
Logo quando cheguei em Belo Horizonte eu já peguei um táxi pro hotel (Me sinto o cara quando ando de táxi. Pobre é foda!): parecia um zumbi. Caí na cama já pensando na programação da tarde. Só se eu fosse bobo pra ficar na internet numa cidade com tanta coisa lá fora.
Primeiro, eu catei esse Guia Turístico do hotel. Calma, gente! Eu já devolvi. Já tinha uns lugares em mente pra visitar, então, fui enfiando a cara. Mas as ruas daqui são muito, muito, muito complicadas. Em Patrocínio é tudo quadradinho; aqui, as ruas fazem zigue-zague, contornos e voltas gigantes que... Meu Deus! Andei essa cidade inteira pra encontrar um lugar pra comer.
Por acaso, um rapaz de belos olhos azuis (POR QUE EU NÃO TENHO OLHOS AZUIS?) me entregou um panfleto desse restaurante. Depois de passar por tantos botecos de esquina, aquele ali era restaurante de luxo. A comida é boa, com um tempero diferente (espero que esse "tempero diferente" não seja comida estragada) e o moço do balcão é gentil. Tava tocando um blues maravilhoso, tinha uns franceses conversando animadamente na mesa ao lado e o restaurante era todo decorado com quadros do Bob Marley, The Beatles, Elvis Presley e Pin-ups maravilhosas (já posso ser crítico de restaurantes).
Depois de comido (oi?), já fui com toda minha dedicação para a Praça da Liberdade. Não sabia onde era, mas fui. Mas no mapa parecia bem mais simples. Que lugar difícil de ser encontrado, meu Deus!
Essa foto aí de cima é o Palácio da Liberdade (que fica na praça com o mesmo nome) que, segundo meu Guia fica aberto pra visitação nos domingos pela manhã. Deixa eu copiar mais uma parte do Guia: "É a sede do Governo de Minas, inaugurado em 1898, foi palco de grandes decisões que mudaram a história política do país." Mas o mais legal ainda estava por vir.
Muito da minha vontade de conhecer Belo Horizonte tinha aparecido quando eu assistia a minissérie JK, em 2006. Eu já imaginava que alguma cena tinha sido gravada aqui nessa cidade. Quando eu cheguei à Praça da Liberdade eu pensei que ali seria um lugar perfeito para as gravações: a arquitetura ao redor da praça nos transporta para o passado. E eu fui transportado para uma cena da minissérie. Eu tive certeza que as cenas tinham sido gravadas ali. Eu gosto muito dessas lembranças repentinas, dessas sensações de déjà vu. Eu lembrei exatamente da cena em que o Juscelino (Wagner Moura) via a Sarah (Débora Falabella), sua futura esposa, pela primeira vez. Eu me senti dentro da minissérie (fotos aqui e aqui). Foi maravilhoso. É preciso entender minha paixão por novelas para compreender essa emoção.
Por fim, eu fotografei esse obelisco que fica na Praça Sete de Setembro (cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas). Esse obelisco é chamado de Pirulito. O porquê desse nome... aí já é para o Sr. Google. Segundo o Wikipedia, tem 7m, é feito de granito, foi desenhado pelo arquiteto Antônio Rego e construído pelo engenheiro Antônio Gonçalves Gravatás.
Essa foi a primeira parte do Diário aqui em BH: espero ter tempo para atualizar o blog todos os dias até o fim da minha estadia para eu contar mais um pouco das minhas impressões e blá-blá-blá. Até mais.