Há algumas semanas, eu cheguei em casa morrendo de rir de uma coisa que tinha acontecido comigo. Porém, minha mãe não achou nem um pouco engraçado.
Essa foi a história:
Estava eu andando pela cidade depois de ter cortado meu cabelo. Feliz da vida, procurava um lugar pra tirar uma foto 3x4 de um documento que há muito eu precisava fazer.
Um homem me parou na rua e me entregou uma caixinha. Eu pensei que o homem estava me dando alguma coisa (Inocente demais!), mas eu tinha caído na rede de um vendedor.
— Olha esse produto, meu amigo! Você não vai encontrar um produto assim por esse preço.
Era um barbeador. Daqueles elétricos que você carrega a bateria e tal. E eu segurava a caixinha do produto. O homem continuava falando:
— Olha aqui, moço! Esse produto é maravilhoso. Eu não vou ficar nenhum dia a mais na cidade, já tô indo embora e esses aqui é o finalzinho. Aproveita!
Ai, meu pai! Odeio isso. Às vezes, a gente não consegue dispensar uma pessoa assim. Enquanto eu pensava em alguma coisa pra dizer, o homem quis fazer uma demonstração. Ele começou a passar esse barbeador no meu braço. Sabe, eu não estava completamente consciente. O homem já tinha rapado um pedação dos pelos do meu braço, quando eu puxei.
— Moço — eu disse, — eu realmente não tô com tempo!
— Que que isso? Eu faço pra você por R$ 70.
Ótimo! Uma desculpa.
— Eu não tô com dinheiro agora. Vou ligar pro meu pai. Se ele se interessar... eu peço pra ele voltar aqui.
— Mas eu tô indo embora. Faço pra você por R$ 55.
— Moço — eu implorava, — eu preciso ir ali. — Eu entregava a caixinha pra ele. — Eu tô caçando um lugar pra tirar uma foto e...
Quando eu vi, ele estava passando o barbeador no meu rosto. Eu estava com a barba feita, mas deu pra ver que o negócio funcionava. Mas eu desviei.
— Que é isso?
— Olha o tanto que é bom.
— Eu não tenho dinheiro, meu Deus do céu!
— Faço por R$ 50. Se você tiver aí agora, eu faço por R$ 45.
Demorou até eu entregar a caixinha e sair correndo de lá.
Quando cheguei em casa rindo e contei pra minha mãe... Ela ficou louca.
— Você é bobo demais, Lucas. Como é que você deixa um homem rapar o seu braço?
Ela ficou me zoando até esquecer.
Acontece que o negócio do vendedor é bom, mesmo. Os pelos do meu braço demoraram a crescer. Até hoje tem uma marca faltando no meu braço. Se eu fosse corajoso e tivesse dinheiro eu compraria. Talvez ele me vendesse por R$ 35.
— Da próxima vez, você deixa ele raspar sua perna também!
Minha mãe esqueceu, mas demorou, viu!
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