Eu sei que eu não posso ser criança para sempre. Mesmo que deixemos a inocência da infância, precisamos crescer. Nossa espécie precisa evoluir a cada geração.
Mas, mesmo sabendo disso, dá vontade de ser criança pra sempre.
Se eu fosse criança para sempre nunca me preocuparia com nada a não ser minhas brincadeiras que duram o dia todo. Não precisaria me preocupar com roupa suja, com casa bagunçada, com contas para pagar... Com responsabilidades.
Ficaria feliz se chovesse para que eu pudesse brincar na água; ficaria feliz com um poça de água, que se transformaria num mar para meus navios; ficaria feliz com o vento, com uma moeda, com um chocolate, com um bolo...
Poderia ter medo do escuro, do bicho-papão, da Cuca, de altura... Poderia ter medo de qualquer coisa sem ser chamado de fraco. Eu seria uma criança.
E viveria na ignorância. Uma ignorância boa. A ausência do saber que me excitaria a buscar coisas novas, a descobrir um mundo enorme em minha volta. E ser ignorante, imaginando que o mundo é perfeito, é maravilhoso. Que eu posso confiar em todas as pessoas.
Nunca ficaria grande. A sociedade nunca me corromperia. Eu nunca saberia das maldades do mundo. Eu seria eternamente criança.
Mas...
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