quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Conversas com um bebê


Eu sempre achei muito idiota conversar com os bebês.


Claro que deve haver psicólogos que incentivam isso da mesma maneira que senhorinhas incentivam a conversação com plantas.

Eu fico pensando como as crianças devem sentir-se incomodadas quando pessoas (geralmente as mesmas senhorinhas das plantas) se aproximam e põem-se a conversar.

— Que gracinha! Como ‘cê chama?

Essa que é a parte tosca. Se ainda ficasse no:

— Que gracinha! Que coisinha mais cuti-cuti!

Mas não! As pessoas tem que fazer perguntas para os bebês. É óbvio que elas não esperam respostas das crianças. Tanto que elas só fazem as perguntas quando tem uma pessoa acompanhando o bebê (Claro! Um bebê não anda sozinho.)

— Como ‘cê chama? — a senhorinha pergunta com aquela cara de conversar com bebê e com aquela voz de dor de barriga.

— Larissa — a mãe responde.

— Quantos aninhos você tem?

— Ela ‘tá com 6 meses.

Ai, meu Deus! Eu já passei por essas situações quando eu andava com meu irmãozinho que agora tem oito anos e sabe responder. As pessoas perguntavam pra ele:

— Qual é seu nome?

Eu ficava calado esperando meu irmão responder. Mas ele só tinha um ano e não responderia. Se a pessoa ME perguntasse eu responderia:

— Augusto.

Quando o meu irmão não respondia, pois nem sabia falar, a pessoa me olhava e eu ficava com uma cara de paisagem. A pessoa ficava sem-graça e saía de perto.

Se conselho fosse bom, não era de graça, mas eu vou dar um (ui!): Não converse com bebês para que as pessoas não pensem que você é idiota.

— Nossa! Mas como você ‘tá grande! E essa roupinha bonita: quem foi que te deu?

Ainda bem que nós não temos memória de quando éramos bebês.

Um comentário:

Clara disse...

Então acho que não deveria te contar que converso com meu gato... ><
Não sei bem o que motiva a essa conversas sem sentido, no caso de crianças acho que ajuda o bebê a falar mais cedo. No caso do meu gato, eu realmente não sei, acho que talvez seja uma espécie de carinho... :)