Tínhamos nos amado.
É estranho como o destino muda nossos caminhos e, quando menos esperamos, estamos separados por um grande abismo. Foi isso que aconteceu. Éramos namorados, amantes... Depois, tornamo-nos apenas... conhecidos.
Só nos víamos de longe, separados por uma rua. Às vezes, arriscávamos um cumprimento mais amigável. Sim. Amigável. Éramos amigos.
E foi o mesmo destino que tinha nos separado nos uniu num lugar tão incomum de se encontrar o grande amor. Um lugar onde encontramos pessoas desconhecidas, carrancudas e caretas.
Ouvi meu nome. Tão simples, mas tão belo na voz amada. Amigavelmente nos cumprimentamos e conversamos. Mais do que nunca tínhamos assuntos em comum (eu nem sabia que eu tinha tantos assuntos).
Saímos daquele lugar abafado e fomos andando pela rua. Lembrei-me de uma vez que fizemos isso há cinco anos. Nossa! Muito tempo!
Já era final da tarde quando chegamos numa praça; nós ainda conversávamos felizes da vida. De onde estávamos dava pra ver o pôr-do-sol ao longe. O céu com o tom alaranjado, o vento frio, o clima estranho que só sentimos no final das tardes: aquele ar sonolento, mas gostoso.
Quando vi, estávamos pertos um do outro. Um abraço. Cada um se aquecendo nos braços do outro. Um sorriso. É estranho quando esses momentos acontecem; como se estivéssemos ligados por fios de eletricidade, como se pudéssemos nos comunicar. Parceiros, cúmplices...
O beijo, enfim.
Senti que ondas elétricas saiam de cada corpo e ia para o outro. Meus olhos ardiam de uma maneira agradável, meus lábios colados àqueles, nossos corpos unidos por um abraço ardente.
Naquele momento, matávamos os desejos resguardados durante tanto tempo.
O hálito, a textura, a temperatura, a eletricidade...
Ainda nos amávamos.
Um comentário:
Muuito boom! =D
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