segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sonhos sorridentes


Se alguém pudesse observar os olhares que eram trocados pelos dois, acharia engraçado. Ou brega. Como as pessoas ficam bregas quando estão apaixonadas!

Ela era mais tímida: só olhava de vem em quando, com os olhos indecisos, medrosos, e nem sorria de tão nervosa. Ele já era mais ousado: olhava direto pra ela, com aquele olhar interessado e sorria quando percebia que ela também o observava.

Ele não sabia direito o que era estar apaixonado. Descobriu o significado quando sonhou com ela e acordou com o coração sorridente. Gostava da rotina de encontrá-la todos os dias no mesmo lugar e no mesmo horário. Mas os encontros inesperados eram mais emocionantes: “Como tá meu cabelo? Eu tô suado? Ai, meu Deus! Acho que fiz uma cara de susto!”

Seu coração acelerava quando ela passava do seu lado e deixava aquele cheiro doce pelo ar.

Mesmo alimentando aquela paixão tão intensa, ele não sabia como se aproximar. Na verdade, não tem muita relação entre isso. Talvez quanto maior a paixão, maior o medo. Ele sentia uma vontade imensa de poder estar do seu lado o dia todo: queria abraçá-la, beijá-la e dar todo o carinho que se acumulara desde o dia em que a vira pela primeira vez.

Num dia, encontraram-se no ônibus. Ele sabia onde ela desceria e viu que aquela era a melhor oportunidade de dar vazão ao seu sentimento (Vazão? Quem usa essa palavra para dizer que uma pessoa decidiu se declarar? Francamente!).

Ela desceu abraçada ao fichário e ele foi atrás. Hesitou. Talvez não devesse... Não! Deixe de ser bobo e enfrente.

Raspou a garganta pra que ela o notasse. Ela se virou receosa.

— Eh... — ele começou bem. — Tudo bem?

— Tudo — ela respondeu com aquela cara de “mais alguma coisa?”.

— Eu tava pensando... — ele disse, levantando a mão para tocar o braço dela.

Ela se afastou na mesma hora. Ele estranhou isso e tentou encostar a mão mais uma vez.

— Não se aproxime! — ela (quase) gritou.

— Hã?

— Não chegue perto de mim, seu maluco tarado!

— Mas eu pensei que...

— Pensou errado! Você acha que esses seus músculos me enganam? Não se aproxime, senão eu grito.

— Como assim? Eu não tô entendendo!

Ele tenta se aproximar mais uma vez. Ela tira um frasquinho da bolsa.

— Sai de perto: é spray de pimenta! — ela ameaçou.

Momento de tensão.

Ele decidiu se dar por vencido. Ela respirou aliviada e saiu.

Ele ficou ali, parado na calçada sem entender. Depois, dez segundos depois, aquilo tudo não passou de mais um episódio da sua vida. Deu uma risadinha, olhou pr’um lado:

— Ah, eu nem queria mesmo!

E voltou pra casa pensando naquela menina que tinha conhecido na noite passada. Gata demais! Descobriu que estava apaixonado quando sonhou com ela e acordou com o coração sorridente.

Um comentário:

# GabiiCiribelli disse...

HUSAHUSHUAUSH; omg. eu bem lendo achando qe era um romance lindo, peguei até lencinhos pra chorar no final e quando tava lá eis qe tudo desaba! ÕO sahushauhsua.
mas eu amei, seulindo!
ps.: ainda bem qe vc colocou o qe era vazão. senao eu ia ter qe procurar Õo SAUSUAS