quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Eu não entendo: médicos


Por causa de uma alergia na minha pele, eu pensei seriamente em procurar um dermatologista. Isso só porque a alergia já tava no ponto extremo: dói pra caramba. Acontece que eu detesto hospital e tenho meio que medo dos médicos. Fiquei com medo de levar uma bronca do doutor.

Uma situação semelhante aconteceu comigo uns cinco anos atrás. Tive uma alergia na pele, mas nem dava importância. Era bobagem e ia passar logo. Mas o negócio foi piorando e quando eu dei por mim, já pensei que o médico ia sugerir uma amputação de algum dos meus membros. Dramático!

A minha mãe gritou comigo me perguntando como eu era capaz de deixar a situação piorar tanto. Disse que o médico ia acabar comigo.

Eu fui tremendo pro hospital, pensando que o médico ia tirar o cinto e me espancar:

— Como você é tão irresponsável desse jeito?

E daí vem o que eu não entendo: por que os médicos se sentem no direito de brigar com as pessoas?

Eu consigo entender quando um médico briga com a mãe de um recém-nascido que ficou gripado e depois pneumático, mas ele não tem nenhum direito de brigar com uma pessoa maior de idade, vacinada e dona do seu corpo.

Pra piorar a situação, eu tenho certo trauma com médicos. Eu achava que só eu tinha esse trauma de infância, mas descobri que várias outras pessoas já se sentiram incomodadas quando um médico pede pra que você tire a roupa.

Eu poderia pensar como a minha ex-professora de Ciências:

— Ele tá acostumado a ver, você é que não tá acostumado a mostrar. Eu chego lá e abro a perna.

Essa mulher me deu aula quando eu tinha 13 anos.

Continuando... Eu não consigo ser como minha ex-professora. E o pedido de tirar a roupa, às vezes, é sem lógica.

— Doutor, tô com dor de estômago!

— Tira a roupa!

— Doutor, tô com dor de cabeça!

— Tira a roupa!

— Doutor, tô com dor na unha do dedão!

— Tira a roupa.

Eu fiquei meio traumatizado quando fui obrigado a tirar a roupa. Eu era criança, muito inocente — sou até hoje, né! —, mas... fiquei incomodado do mesmo jeito.

Quando eu contei isso pra minha mãe, ela achou que eu tinha sido abusado e não acreditava quando eu negava a história.

E pra piorar, tem aquela letra linda que todo mundo entende. Quando ele vai escrever o cabeçalho da receita, eu só sei que aquilo é meu nome porque sou eu que sou paciente. É mais fácil decifrar hieróglifos do que o nome do remédio que ele me receitou. 



Eu lembro que eu e minha mãe saíamos do hospital direto pra uma farmácia pra tentar traduzir aqueles riscos. Mas agora é moderno, né: eles tem computador. #todospula

Então, era isso que eu tinha pra falar.

Médicos: eu também não entendo.