Por causa de uma alergia na minha pele, eu pensei seriamente
em procurar um dermatologista. Isso só porque a alergia já tava no ponto
extremo: dói pra caramba. Acontece que eu detesto hospital e tenho meio que
medo dos médicos. Fiquei com medo de levar uma bronca do doutor.
Uma situação semelhante aconteceu comigo uns cinco anos
atrás. Tive uma alergia na pele, mas nem dava importância. Era bobagem e ia
passar logo. Mas o negócio foi piorando e quando eu dei por mim, já pensei que
o médico ia sugerir uma amputação de algum dos meus membros. Dramático!
A minha mãe gritou comigo me perguntando como eu era capaz
de deixar a situação piorar tanto. Disse que o médico ia acabar comigo.
Eu fui tremendo pro hospital, pensando que o médico ia tirar
o cinto e me espancar:
— Como você é tão irresponsável desse jeito?
E daí vem o que eu não entendo: por que os médicos se sentem
no direito de brigar com as pessoas?
Eu consigo entender quando um médico briga com a mãe de um
recém-nascido que ficou gripado e depois pneumático, mas ele não tem nenhum
direito de brigar com uma pessoa maior de idade, vacinada e dona do seu corpo.
Pra piorar a situação, eu tenho certo trauma com médicos. Eu
achava que só eu tinha esse trauma de infância, mas descobri que várias outras
pessoas já se sentiram incomodadas quando um médico pede pra que você tire a
roupa.
Eu poderia pensar como a minha ex-professora de Ciências:
— Ele tá acostumado a ver, você é que não tá acostumado a
mostrar. Eu chego lá e abro a perna.
Essa mulher me deu aula quando eu tinha 13 anos.
Continuando... Eu não consigo ser como minha ex-professora.
E o pedido de tirar a roupa, às vezes, é sem lógica.
— Doutor, tô com dor de estômago!
— Tira a roupa!
— Doutor, tô com dor de cabeça!
— Tira a roupa!
— Doutor, tô com dor na unha do dedão!
— Tira a roupa.
Eu fiquei meio traumatizado quando fui obrigado a tirar a
roupa. Eu era criança, muito inocente — sou até hoje, né! —, mas... fiquei
incomodado do mesmo jeito.
Quando eu contei isso pra minha mãe, ela achou que eu tinha
sido abusado e não acreditava quando eu negava a história.
E pra piorar, tem aquela letra linda que todo mundo entende.
Quando ele vai escrever o cabeçalho da receita, eu só sei que aquilo é meu nome
porque sou eu que sou paciente. É mais fácil decifrar hieróglifos do que o nome
do remédio que ele me receitou.
Eu lembro que eu e minha mãe saíamos do hospital direto pra
uma farmácia pra tentar traduzir aqueles riscos. Mas agora é moderno, né: eles
tem computador. #todospula
Então, era isso que eu tinha pra falar.
Médicos: eu também não entendo.
Um comentário:
Ri litros!
:p
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