Duas mulheres acabam de morrer e se encontram a caminho de
Deus sabe onde:
— Morri congelada!
— Nossa, Deus me livre! Deve ter sido horrível!
— Ô — a outra disse concordando.
— Mas me conta: como é que é morrer congelada?
— Uai, no começo é desconfortável, mas vai piorando a cada
momento: primeiro são os arrepios, depois as dores nas articulações das mãos e
dos pés, as costelas... Ai! Depois fica parecendo que o nosso pulmão tá pegando
fogo ao mesmo tempo que mil facas afiadas entram pelo seu corpo. Até que eu perdi
a consciência.
— Ai, credo! Que coisa horrorosa.
— E você, como morreu?
— Eu? Morri de ataque cardíaco.
— Mesmo? E como foi?
— Há muito tempo eu estava desconfiada de que meu marido
estava me traindo. Então, um dia eu cheguei em casa mais cedo, corri até o
quarto e ele estava na cama. Sozinho! Estava
assistindo televisão calmamente. Ainda desconfiada, corri até o porão para ver
se encontrava alguma mulher escondida, mas não encontrei ninguém. Depois, corri
até o segundo andar, mas também não vi ninguém. Resolvi subir até o sótão: ao
subir as escadas, esbaforida, tive um ataque fulminante e caí mortinha.
— Puxa, que pena! Se você tivesse procurado no freezer estaríamos as duas vivas.
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