terça-feira, 7 de agosto de 2012

Erva venenosa



Por que tantas perguntas? Por que sempre insiste em me desvendar em momentos inapropriados? Por que, logo quando eu acordo, já está me colocando contra a parede, fingindo ser inocente pra me arrancar algum segredo sem que eu perceba?

Mas, mesmo você não esperando, eu vou te contar um segredo: você não finge ser inocente; você é inocente. Eu sei que suas garras são imensas e que o seu veneno é (quase) mortífero, mas ao meu lado... você é um patinho recém-nascido: um animalzinho que sobe nas costas de outro maior e tenta derrubá-lo com cutucões.

Onde você engatinha, eu me formei e já dou aulas: apesar de não ter muitos discípulos. Você é perigosa? Eu sou mais. Num momento inesperado, eu vou bater com as costas numa árvore e te esmagar sem você nem perceber.

Eu conheço seus sentimentos, sei dos seus pontos fracos, sei diferenciar os seus momentos de tensão e de calmaria. Eu te manipulo e você ainda acha que eu vou cair na sua armadilha.

Desculpa te decepcionar, mas você nunca me derrubará.

Nenhum comentário: