Por que tantas perguntas? Por que sempre insiste em me
desvendar em momentos inapropriados? Por que, logo quando eu acordo, já
está me colocando contra a parede, fingindo ser inocente pra me arrancar algum
segredo sem que eu perceba?
Mas, mesmo você não esperando, eu vou te contar um segredo: você não finge ser inocente; você é inocente. Eu sei que suas garras são imensas e que o seu veneno é
(quase) mortífero, mas ao meu lado... você é um patinho recém-nascido: um
animalzinho que sobe nas costas de outro maior e tenta derrubá-lo com cutucões.
Onde você engatinha, eu me formei e já dou aulas: apesar
de não ter muitos discípulos. Você é perigosa? Eu sou mais. Num
momento inesperado, eu vou bater com as costas numa árvore e te esmagar sem
você nem perceber.
Eu conheço seus sentimentos, sei dos seus pontos fracos, sei diferenciar os seus momentos de tensão e de calmaria. Eu te manipulo e você ainda acha que eu vou cair na sua armadilha.
Desculpa te decepcionar, mas você nunca me derrubará.
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