quarta-feira, 30 de junho de 2010

Twilight Saga: Eclipse

Chegou o grande dia. Depois de sete meses de espera (data do último lançamento Twilight), que pareceram uma eternidade, a Summit Entertainment lança o terceiro filme da Saga "Crepúsculo". Fãs enlouquecidos esperam por essa estreia há muito tempo.
Confesso que também estou ansioso. Nesse post vou discutir um pouco sobre o filme, as novidades, o elenco e tudo.

Para os fãs de Edward, fiquem felizes, ele está de volta. No fim de "Lua Nova", Edward pede Bella em casamento. Acontece uma pequena cerimônia entre os dois.



Jacob também não some completamente. Bella e Jacob se beijam. O tão esperado beijo que não ouve em "Lua Nova.


A emoção da história, saindo do triângulo amoroso, fica por conta de Victoria, seu novo parceiro, Riley, e um exército de recém-criados, vampiros mais poderosos e mais sedentos de sangue.



Com a ajuda de Alice, que prevê o futuro, os Cullen vão se preparar para a chegada vampiros desconhecidos. Mas não podem enfrentar isso sozinhos: os lobisomens também entram na briga. Lobisomens e vampiros vão se juntar para proteger Bella.


Agora, eles precisam se preparar para a chegada da vingativa Victoria.

Com a ajuda de Jasper Hale, eles vão se preparar para a luta mais legal da série.

Tudo isso pode ser visto no trailer.

O filme tem várias histórias legais. Quando eu ia contar sobre o livro para outra pessoa eu dizia o quanto "Eclipse" é esclarecedor: a história do passado de Jasper, o motivo pelo qual Rosalie "não gosta" da Bella, a lenda dos lobisomens quileutes... O livro é o melhor da Saga e espero que o filme também seja.


Sobre o elenco:


Os Cullen e os Swan continuam os mesmos: Robert Pattinson (Edward), Kristen Stewart (Bella), Ashley Greene (Alice), Jackson Rathbone (Jasper), Kellan Lutz (Emmett), Nikki Reed (Rosalie), Elisabeth Reaser (Esme), Peter Facinelli (Carlisle) e Billy Burke (Charlie).


Os lobisomens de "Lua Nova" também permanecem: Taylor Lautner (Jacob), Chaske Spencer (Sam), Alex Meraz (Paul), Kiowa Gordon (Embry) e Bronson Pelletier (Jared).

As novidadess são:


Julia Jones, como Leah Clearwater: a única mulher do bando dos lobisomens. Boo Boo Stewart, como Seth Clearwater: o caçula do bando dos lobisomens. Importante para a proteção de Bella. (Meu personagem favorito de toda a série). Xavier Samuel, como Riley: o novo companheiro de Victoria, como eu já disse. Jack Houston, como Royce King II: um homem da época que Rosalie era humana. Catalina Maria Sandino, como Maria: a vampira que transformou Jasper. Jodelle Ferland, como Bree: uma recém-criada. E Bryce Dallas Howard que substituirá Rachelle Lefevre como Victoria.

O filme é dirigido por David Slade e a trilha sonora é de Howard Shore, o mesmo de "O Senhor dos Anéis".


"Twiligh Saga: Eclipse" chegou hoje, 30 de junho, aos cinemas do mundo todo.

Aproveitem todos os momentos aguardados.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O Brasil inteiro tá aqui dentro!

A turma da faculdade está reunida na casa do Cláudio para assistirem ao jogo Brasil e Portugal. Todo mundo naquele clima de farra, cerveja à vontade… Uma festa completa numa sexta-feira às 10h30min da manhã.

Raquel está no banheiro arrumando o cabelo quando a chapinha para de funcionar e a lâmpada apaga.

— Gente! Pode parar de brincadeira. Eu só arrumei metade do meu cabelo — ela grita enquanto entra na sala.

Rafael é quem aparece para responder.


— Você acha que eu tenho cara de quem faz esse tipo de brincadeira? Eu tenho mais o que fazer.


— Você quer mesmo que eu responda, Rafael?

— Tá certo! Eu tenho cara disso, mesmo, mas não fui eu, Raquel. A energia caiu.

— Como é que eu vou arrumar meu cabelo? O Kaká vai me ver toda feia.

— O Kaká nem vai jogar hoje, Raquel — Cláudio grita de um lado. — Mas o que nos interessa agora é aonde a gente vai assistir ao jogo. A gente precisa de um barzinho, uma padaria, qualquer muquifo que tiver uma televisão ligada no jogo.

Subiram no carro do Fred. Ele foi eleito o motorista porque era o único que tinha bebido menos de dois copos de cerveja até agora. Mesmo assim, não acreditavam que encontrariam com uma blitz durante o jogo do Brasil.

Fred e Cláudio na frente. Raquel, Rafael, Fabrício, Verinha, Breno e Felipe atrás. Isso mesmo! Seis pessoas no banco de trás.

— Aonde tem um boteco por aqui, Cláudio? — Fred perguntou. — Eu não conheço esse bairro.

— Eu acho que tem um à esquerda — grita Verinha que está sentado no colo do Fabrício.

— Mas à esquerda é contramão — grita Breno que está sentado no colo do Felipe.

— À esquerda não tem bar! — grita Rafael que está segurando Raquel. — É pra direita.

— Anda logo — grita Felipe, — que o Breno tá pesado.

Começam a discutir e rola aquela coisa de “Pesado é a sua avô”, “Ninguém tem paciência comigo” e toda a sorte de frases feitas.

— Gente! Tem um bar ali na frente!

Os que estão no banco de trás saem do carro e vão correndo para o bar. Raquel está com metade do cabelo liso e a outra metade crespo; Felipe está um pouco esmagado por causa do peso do Breno; os outros correm desesperadamente em busca do melhor lugar perto da televisão de 21’ polegadas daquele barzinho de esquina.

Zero a zero.

— Nossa! — Cláudio disse depois que o jogo terminou e já estavam voltando para o carro. — Se eu soubesse do resultado, a gente podia ter ficado lá em casa tomando umas. Pelo menos a cerveja era de graça.

— É, mas se você soubesse o resultado não teria graça — Rafael disse.

— Não tinha o Kaká, mas tinha o Cristiano Ronaldo. Ai, meu Deus! Ele me viu toda descabelada.

— Ih, gente! — foi Fred quem disse. — Pelo menos teve uma coisa boa. Rolou o maior climão entre a Verinha e o Fabrício. Então, você gostou do colo do Fabrício, Verinha?

Todos riram.

— Ih! Se for assim — Verinha retrucou, — rolou o maior clima entre o Breno e o Felipe também.

Todos riram mais ainda.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um amor do passado

Era o grande amor da minha vida. Nós nos conhecemos na guerra e foi ela que tratou das minhas enfermidades.

Hoje, depois de tantos anos, volto àquele mesmo lugar para ver o meu amor do passado. E tive uma grande surpresa.

Um dos melhores vídeos que eu já vi.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Viva o lado Copa do Mundo da vida!


Assim como as eleições e o aniversário de quem nasceu no dia 29 de fevereiro, a Copa do Mundo acontece de quatro em quatro anos. E eu nem preciso especificar que Copa é essa. Essas três palavras juntas já lembram muita coisa: futebol, festa, taça e pentacampeonato.


Eu costumo dizer que a Copa do Mundo é como o Natal. No mês de dezembro, tudo fica vermelho e branco, as pessoas ficam felizes e (quase) todos vivem o espírito natalino. E na Copa do Mundo não é diferente: as pessoas também enfeitam suas casas (fazem questão de mostrar pra que time torcem) e vivem as emoções de um torneio tão importante.

Não sei em outros países, mas no Brasil o negócio é sério.

O país do futebol é invadido por bandeirinhas, camisas, chapéus e, atualmente, vuvuzelas verdes e amarelas. Todos ficam empolgados e não é possível não se interessar pela Copa do Mundo.

É o assunto mais comentado na televisão, primeira página de jornais e revistas, manchetes enormes na Internet. É uma oportunidade de deixarmos o mundo entrar nas nossas casas e conhecê-lo todo num só canal.

Até mesmo quem não gosta de futebol se interessa pela Copa. Nem que seja pelo país do ex-namorado, ou pelas estatísticas da tabela, ou pela cultura do país sede. Nunca teremos a oportunidade de aprendermos tanto de uma forma tão rápida e divertida sobre a cultura e o povo de cada país. Não será nos livros de História que iríamos aprender que no Brasil só existem 29 norte-coreanos e que o México é o país que mais perdeu numa Copa do Mundo.

Mas, se nem Jesus agradou a todos, que diremos nós, reles mortais. Eu sei que existem (e eu conheço) pessoas que não gostam de Copa do Mundo. Eles acham bobeira, mais uma desculpa pra gastar dinheiro, uma grande perda de tempo… Infelizmente, eu só tenho uma coisa pra falar pra essas pessoas: a Copa do Mundo vai continuar existindo.

Então, se não podemos (e não queremos) fazer nada para mudar isso, vamos aproveitar essa festa. Vamos aproveitar a confraternização com o mundo. A Copa do Mundo é uma ótima oportunidade para um acordo de Paz.

A Copa do Mundo vai acontecer daqui a quatro anos e não precisamos ficar desanimados e pensar que precisamos aguentar isso enquanto vivemos. É melhor pintar a cara das cores da bandeira, soprar uma vuvuzela até a garganta doer e comemorar junto com 190 milhões de pessoas mais um gol do Brasil.

A propósito, esse nome me lembra muita coisa. A Copa de 2014 fica cada dia mais perto. Que tal nos acostumarmos com a Copa para que na próxima sejamos os melhores anfitriões do mundo? Isso, mesmo!

Todo mundo conhece aquele senhor chato que odeia festa, mas um dia resolvem fazer uma festa surpresa na casa dele. Pois é! A próxima festa é no Brasil, então é melhor tirar essas rugas da testa e ser feliz. Ninguém quer que um gringo vá embora pra casa dizendo que os brasileiros são mal- humorados e mal-educados!


Fica a dica! Viva o lado Copa do Mundo da vida.


E como qualquer festa tem sempre aquele mico, acompanhe a série Copa do Mundo no "Atrás do Horizonte" em todos os dias de jogos do Brasil. Para ver os textos de Vidas em Copa, clique aqui.

domingo, 20 de junho de 2010

O bolão no hospital


O grande dia chegou. Era a hora da Seleção Brasileira enfrentar os africanos da Costa do Marfim. Os médicos de plantão e os funcionários do hospital estavam reunidos na frente da televisão de 52’ que fica na recepção.


E apita o árbitro.

A bola rola e os funcionários do hospital vão a loucura. Todo mundo ansioso para o resultado do bolão.

— É isso aí! Não tem pra ninguém! — um faxineiro gritava.

— O que é isso — gritou o anestesista. — O bolão já é meu.

A ambulância aparece com sua sirene aguda, estrondando o hospital. O motorista entra na recepção.

— Você sabia que é proibido fazer isso? — a recepcionista gritou para o motorista. — Você não pode ligar a sirene só porque está com pressa pra assistir um jogo. Que feio!

Todos riem.

— Não era à toa. Tem uma grávida dentro da ambulância.

Os médicos ficam alvoroçados.

— Não dá pra esperar? — pergunta o obstetra.

— O bebê já tá saindo! Daqui a pouco ele nasce dentro da ambulância.

Um monte de gente sai. A grávida grita com as dores das contrações.

— Me ajuda! — ela gritava. — Me ajuda! Meu filho vai nascer.

— Nossa! Mas que hora pra entrar em trabalho de parto — grita o anestesista. — Não dá pra esperar até o Show do Intervalo?

A mulher fica sentada na maca e agarra o colarinho do anestesista.

— Meu filho já tá saindo! Daqui a pouco vai dar pra ver a cabeça do menino.

— Ah! Ainda bem — disse o anestesista. — Já que é parto normal, eu não preciso trabalhar. — Vira-se pra televisão. — Vamo lá, Brasil! Tô esperando o 2 a zero.

Continua a balbúrdia na recepção.

— Ah! Meu filho tá nascendo! Me ajuda.

— Tudo bem — diz o obstetra. — Vamos fazer o parto. Onde está seu acompanhante?

— É o pai da criança — a mulher disse. — Ele está aqui… Ué, cadê meu marido? RICARDO!
Ricardo tá roendo as unhas, olhando pra tela da televisão enquanto aposta no bolão do hospital.

— RICARDO! SEU FILHO TÁ NASCENDO, SEU IDIOTA!

Ele vai correndo para o lado da maca:

— Calma, querida! Eu tô aqui.

— O menino tá chutando!

— Vai ser jogador! — o pai grita, rindo.

— Para de piada.

— Só falei pra descontrair! Calma, querida.

— Calma é o caramba. Tá doendo.

O médico e seus assistentes se preparam. A mulher, o marido e a equipe estão preparados para o parto. Em seus lugares.

— Doutor — o marido pergunta, — será que não dá pra trazer uma televisãozinha aqui pr’o quarto?

O médico olha fundo nos olhos dele.

— Traz a televisão.

Conseguem assistir ao primeiro gol. Show do intervalo. A mulher ainda grita com as contrações.

Segundo tempo. E a Costa do Marfim vem pra cima.

— Vai, vai! — Ricardo gritava.

— É o máximo que eu posso — a mulher grita com muito esforço. Está roxa de tanta dor.

— Eu tô falando é com o Luís Fabiano.

Dois a zero. O anestesista grita.

Três a zero. Costa do Marfim marca um gol e Ricardo comemora.

— Comemorando o gol do adversário?

— O bolão! O bolão!

A mulher grita, grita e grita com mais força quando Kaká é expulso. O menino nasce com um choro.

— Tá chorando de alegria, meu filhão! Três a um. O papai ganhou o bolão, meu filho.

Agora, o anestesista fica reclamando:

— O bolão tinha que ser só pra funcionários do hospital.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Kléber Toledo na minha escola


Eu não queria falar nada sobre esse assunto, mas eu não resisti. Eu disse para meus amigos que isso é assunto pro resto do ano.


Por causa de uma oficina de atores, Kléber Toledo visitou minha cidade (Patrocínio, MG) e visitou algumas escolas divulgando o projeto.

Todo mundo estava dizendo que ele só iria em escolas particulares e, aí, o pessoal da minha escola nem alimentou esperanças.

Entretanto, hoje, sem ninguém esperar, o Kléber Toledo (Sid, Caras e Bocas) apareceu no corredor da escola. Todo mundo voou pra janela. Eu nunca vi uma coisa tão doida. Mas também não é todo dia que a gente tem um ator global na nossa escola.

O povo ficou alvoraçado, as professoras não conseguiam controlar os alunos e ouvia-se os gritinhos das meninas. Eu acho que tinha uns meninos gritando também.

Ele entrou na sala e todo mundo ficou esbabacado. As meninas tremeram vendo o cara de pertinho.

Alguns comentários abaixo:


— Os homens mais bonitos que eu conheço ficam no chinelo perto dele!


— Meu Deus! Esse homem é de perder o caminho de casa!


— Lindo! Lindo! Lindo! Ele é perfeito.

E outras coisas.

Eu acho que é uma coisa interessante pra se contar. Na verdade, é assunto pro ano inteiro.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Playlist Brazuca


Há algum tempo, eu fiz minha Playlist. Não coloquei nenhum critério

para escrevê-la (Veja clicando aqui). Mas, nesse clima de Copa do Mundo, o sentimento nacionalista falando mais alto, eu resolvi fazer uma Playlist Brazuca.

É uma Playlist (lista de músicas. LEGAIS) brasileira.

Olha! Até querendo ser nacionalista tenho que usar termos estrangeiros.

Eis o Top 10:

Até o fim – Marjorie Estiano

Telegrama – Zeca Baleiro

Sapato Velho – Roupa Nova

Pais e Filhos – Legião Urbana

Mais que a mim – Ana Carolina e Maria Gadú

Faz parte do meu show – Cazuza

Chiclete com Banana – Marjorie Estiano e Gilberto Gil

Samba de Verão – Caetano Veloso

Me odeie – Reação em Cadeia

Quando olhei pra você – Zé Henrique e Gabriel

Baixe as músicas que puder, compre os CD's... Sei lá! Qualquer coisa. Mas ouçam essas músicas.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Mas que merda!

O primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo 2010: Brasil e Coreia do Norte. Os dois amigos voltavam da fazenda. Pois é. Tinham estado isolados do mundo desde o último sábado e resolveram voltar à civilização para torcerem pela seleção canarinho.

Neto, 30 anos, cabelos pretos, olhos castanhos. Felipe, 29 anos, loiro, olhos azuis.

Neto dirigia o carro, enquanto Felipe procurava um CD no porta-luvas do Ford 1983.

— Meu Deus do Céu! Você precisa dar uma renovada nesse seu repertório, Neto! Só tem lixo aqui. Tem umas bandas aqui que eu nem sabia que tinha CD. Eu achava fitas cassete muito modernas para elas.

— Larga de ser mané.


Ainda faltavam uns bons 20 quilômetros para a cidade e 
uns 40 minutos para o início do jogo. O carro pifou.


— O que é isso?

— Ah, esse carro é doido, mesmo! Às vezes, ele dá uma engasgada, Felipe. Desce lá e vê o que é.

— Eu não sou mecânico. Vai lá você que é o dono do carro.

Os dois descem. Do capô do carro sai uma fumaça e o cheiro não é muito agradável.

— Mas que merda! Esse cheiro não é bom sinal. O carro vai explodir!

— Por enquanto, o carro não é prioridade, Neto. O jogo do Brasil é daqui a pouco.

— Como assim o futebol é mais importante que o meu carro?

— Neto, a Copa do Mundo é só de quatro em quatro anos. A gente só tem poucas oportunidades de ver o Brasil ganhando por goleada. Então, nós temos que aproveitar o momento, entende?

— Não entendo. O meu carro é muito mais importante. Juntei dinheiro durante um tempão. E só na formatura que eu consegui comprar um antigão desse.

— Tá certo. Mas, então, pense que o jogo é daqui meia hora. A gente assiste ao jogo, noventa minutos, tudo direitinho, e volta. Seu carro vai estar aqui.

— E como é que a gente vai chegar na cidade!

Felipe chuta a poeira.

— Mas que merda! É por isso que eu disse que o jogo é mais importante.

Felipe senta na poeira e olha para o tempo. Neto senta-se ao seu lado.

— Já sei! Neto, você tenta chegar lá na rodovia e volta quando arranjar carona.

— Por que eu? Vá você.

— Eu tenho que vigiar o carro.

— Eu posso muito bem fazer isso, também. — Silêncio. — Tenho uma ideia melhor: vamos nós dois.

O carro é trancado e os dois saem correndo pela estrada de terra. A poeira começa a subir. Faltavam apenas 20 minutos para o início do jogo. Os dois começavam a ficar desesperados. Não precisavam dizer nada um para o outro. O silêncio valia mais. Os segundos iam passando e a estreia do Brasil estava se aproximando a passos largos.

— Mas que merda! — Felipe para de correr. — Eu tô pensando aqui: quem vai ser o idiota que vai tá passando na rodovia na hora do jogo do Brasil.

— Talvez dois idiotas feito a gente — Neto gritou sem parar de correr.

Continuaram a correr. O carro estragado já estava longe da vista dos dois.

— Mas que merda! — Neto foi quem parou de correr dessa vez!

— O que foi?

— Se a gente pegar carona não vai dar pra eu passar em casa! Como é que o Brasil vai ganhar o jogo sem eu tá usando a minha cueca da sorte.

— Eu não acredito que você tem uma cueca da sorte.

— Tenho, uai! Como é que você achou que o Brasil ganhou a Copa de 94 e a de 2002. Foi a minha cueca que fez o Baggio errar aquele pênauti em 94.

— Ah! Mas agora eu já sei o porquê do Brasil ter perdido em 98 e em 2006. Se não fosse a sua cueca a gente já seria hexa ou heptacampeão.

Continuaram discutindo.

Um carro passou ao longe.

Correram. A garganta já estava seca, o pulmão já estava sem ar quando alcançaram o fusquinha de uma senhora de uns 60 anos.

— PISA FUNDO, VOVÓ.

Não conseguiram esperar mais. Entraram no primeiro barzinho à esquerda da estrada.

Goleada.

— Viu? O Brasil só ganhou porque você não tava usando sua cueca.

— Todo regra tem sua exceção.

Saíram sorrindo.

— Peraí, Neto. Você tem sua cueca desde 94?

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dicionário do Mineiro


Não é de hoje que eu quero publicar o "Dicionário do Mineiro". Resolvi depois de algumas pesquisas entre os habitantes deste "país" dentro do Brasil.

O dicionário vem com o verbete, o significado e um exemplo. Ah! Essa é só a primeira edição. Existem mais palavras mineiras do que eu coloquei abaixo. Fiquem a vontade...

Cambota: quando uma pessoa cai. Ex.: 'Cê viu? O minino levou uma cambota!

Lambreca: sujeira. Ex.: Meu filho arrumô uma lambreca na roupa.

Sungar: levantar (pronuncia-se sungá). Ex.: 'Cê tem que sungar essa calça, minino!

Quando é fé: de repente (pronuncia-se quandéfé). Ex.: Quando é fé aparece aquele homi daquele tamanho.

Sô: um jeito de chamar um representante do sexo masculino. Ex.: Ô, sô, depois 'cê passa lá em casa.

Sá: um jeito de chamar um representante do sexo feminino. Ex.: 'Cê não pode fazê isso, sá!

Uai: interjeição de espanto, indignação ou qualquer outra coisa. Ex.: É claro que eu vou, uai.

Trem: coisa. Nomeia qualquer coisa. Ex.: Que trem bão, sô!

Fuzuê: bagunça. Ex.: Ali na rua tava um fuzuê.

Riba: em cima. Ex.: Põe essa calça pra riba, minino.

Giriza: raiva. Ex.: Me dá uma giriza quando 'cê faz isso.

Baderna: bagunça. Ex.: Mas que baderna é essa no seu quarto, moleque!

Rilia: implicância. Ex.: Nossa! Mas esse minino fica numa rilia.

Descabreio: desânimo (pronuncia-se discabrei). Ex.: Tô num descabreio hoje.

Mundaréu: muito grande. Ex.: Nossa Senhora! Quando eu fui no Espírito Santo e vi aquele mundaréu de água... Meu Deus do Céu. Até perdi o fôlego.

Vida toda: durante muito tempo. Ex.: Quando 'cê vai pra lá, fica a vida toda.

Gafurina: cabelo desgrenhado. Ex.: Aquela minina tava numa gafurina. Eu acho que a mãe dela não cuida dela, não.

Agora você já pode visitar Minas Gerais e não ficar perdido com nosso dialeto único.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Morre Sílvio Santos

Não que eu deseje a morte do homem do baú, mas... eu sempre imaginei esse momento. Imaginei mais do que a morte do Michael Jackson ou da Dercy Gonçalves.
Era feriado... Melhor eu começar diferente.

Enfim, era feriado. Depois de várias semanas indo à escola todos os dias, o calendário marcavauma data em vermelho para a alegria de todos.

Não sou muito de ler jornal, mas ele estava em cima da mesa da cozinha. Eu pensei logo: "Que nojo! Esse jornal sujo no lugar onde eu ia tomar meu café da manhã." Mas tudo bem.


Não tinha ninguém em casa. Eu mesmo tirei o jornal da mesa e ia jogando em qualquer canto. Mas os nossos olhos nos pregam peças quando estamos em determinadas situações. A gente lê as coisas sem querer. É como receber um panfleto de macumbeiras que jogam búzios ou de algum adolescente religioso que te entregou um papelzinho chamando você para a conversão.

A gente lê sem querer. Foi o que aconteceu. Em letras garrafais, como diria um amigo meu, estava escrito "MORRE SÍLVIO SANTOS".

Eu conferi o nome do jornal. Toda cidade tem aqueles jornalecos de piadas, etc e tal. Porém, o jornal era aquele que eu leio a página de Cultura, meu pai a de Política e o meu irmão a de Carros.

MORRE SÍLVIO SANTOS

Aquela frase ecoava em minha mente. Eu não conseguia acreditar que o brasileiro mais carismático de todos os tempos tinha morrido. Eu sentia o chão se afastando, os móveis da cozinha girando ao meu redor. "Minha Nossa Senhora".

Minha mão tremia quando peguei o jornal novamente e li a matéria inteira. Tinha sido na tarde passada. Sílvio Santos tinha engasgado com uma bala de menta durante a reunião que decidiria o novo programa pra encaixar no sábado de madrugada. O que substituiria as Pegadinha Picantes?

Eu sabia que aquela mania dele de falar demais ia acabar em complicações.

Saí pra rua. Precisava comentar aquilo com alguém. Só que eu não era o único a saber. Todos os senhores que jogam dominó na pracinha estavam comentando. Alguns tinham até faltado a partida por causa de tamanha tristeza. As mulheres comentavam na padaria (por que a padaria estava aberta no feriado?). As crianças comentavam no parquinho.

Estavam todos desnorteados. A economia do Brasil nunca seria a mesma. Nunca mais seriam distribuídas barras de ouro que valem mais do que dinheiro.

A televisão não falava em outra coisa. O SBT era reprise em cima de reprise em homenagem ao apresentador. Homenagens no Globo Repórter, Fantástico, SBT Repórter, A Tarde é Sua, Tudo é Possível, Dr. Hollywood. Ah! Dr. Hollywood, não.

Isso já faz uma semana. Não aguento mais ouvir as musiquinhas do Sílvio na televisão. Aquela coisa do "Vem pra cá, vem pra cá". A cara do Sílvio Santos em todos os jornais, todos os canais, todos os sites. O nome dele na boca do povo.

Fico pensando o quanto terão trabalho na próxima reunião. Quem vai substituir Sílvio Santos?