A turma da faculdade está reunida na casa do Cláudio para assistirem ao jogo Brasil e Portugal. Todo mundo naquele clima de farra, cerveja à vontade… Uma festa completa numa sexta-feira às 10h30min da manhã.
Raquel está no banheiro arrumando o cabelo quando a chapinha para de funcionar e a lâmpada apaga.
— Gente! Pode parar de brincadeira. Eu só arrumei metade do meu cabelo — ela grita enquanto entra na sala.
Rafael é quem aparece para responder.
— Você acha que eu tenho cara de quem faz esse tipo de brincadeira? Eu tenho mais o que fazer.
— Você quer mesmo que eu responda, Rafael?
— Tá certo! Eu tenho cara disso, mesmo, mas não fui eu, Raquel. A energia caiu.
— Como é que eu vou arrumar meu cabelo? O Kaká vai me ver toda feia.
— O Kaká nem vai jogar hoje, Raquel — Cláudio grita de um lado. — Mas o que nos interessa agora é aonde a gente vai assistir ao jogo. A gente precisa de um barzinho, uma padaria, qualquer muquifo que tiver uma televisão ligada no jogo.
Subiram no carro do Fred. Ele foi eleito o motorista porque era o único que tinha bebido menos de dois copos de cerveja até agora. Mesmo assim, não acreditavam que encontrariam com uma blitz durante o jogo do Brasil.
Fred e Cláudio na frente. Raquel, Rafael, Fabrício, Verinha, Breno e Felipe atrás. Isso mesmo! Seis pessoas no banco de trás.
— Aonde tem um boteco por aqui, Cláudio? — Fred perguntou. — Eu não conheço esse bairro.
— Eu acho que tem um à esquerda — grita Verinha que está sentado no colo do Fabrício.
— Mas à esquerda é contramão — grita Breno que está sentado no colo do Felipe.
— À esquerda não tem bar! — grita Rafael que está segurando Raquel. — É pra direita.
— Anda logo — grita Felipe, — que o Breno tá pesado.
Começam a discutir e rola aquela coisa de “Pesado é a sua avô”, “Ninguém tem paciência comigo” e toda a sorte de frases feitas.
— Gente! Tem um bar ali na frente!
Os que estão no banco de trás saem do carro e vão correndo para o bar. Raquel está com metade do cabelo liso e a outra metade crespo; Felipe está um pouco esmagado por causa do peso do Breno; os outros correm desesperadamente em busca do melhor lugar perto da televisão de 21’ polegadas daquele barzinho de esquina.
Zero a zero.
— Nossa! — Cláudio disse depois que o jogo terminou e já estavam voltando para o carro. — Se eu soubesse do resultado, a gente podia ter ficado lá em casa tomando umas. Pelo menos a cerveja era de graça.
— É, mas se você soubesse o resultado não teria graça — Rafael disse.
— Não tinha o Kaká, mas tinha o Cristiano Ronaldo. Ai, meu Deus! Ele me viu toda descabelada.
— Ih, gente! — foi Fred quem disse. — Pelo menos teve uma coisa boa. Rolou o maior climão entre a Verinha e o Fabrício. Então, você gostou do colo do Fabrício, Verinha?
Todos riram.
— Ih! Se for assim — Verinha retrucou, — rolou o maior clima entre o Breno e o Felipe também.
Todos riram mais ainda.
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