sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ana




Ana...


Acho que eu nunca pensei em tantos clichês para escrever um texto, mas... você nunca poderá ser descrita por lugares-comuns. Você é única!


Eu poderia fazer um histórico emocionante sobre tudo que passamos juntos — quando não nos gostávamos, quando éramos muito chatos para aturar um ao outro, quando você mudou de escola e me deixou abandonado, quando eu tive que controlar o meu ciúme por causa dos seus novos amigos, quando você me pediu em casamento —, mas uma vez você me disse: “Quem vive de passado é museu!” Então, eu resolvi não ligar tanto para o passado; e aí você vê o quanto a sua opinião vale pra mim.


É difícil acreditar que algum dia não estivemos juntos, que algum dia não nos conhecíamos. Passamos por aquela fase de nos odiarmos, da aproximação tímida até chegar a uma amizade sólida. Nossa! Eu acho que isso que temos não é só uma amizade!


Que se dane o que os outros pensam! Não houve maldade no que eu disse: é que... o que eu sinto por você é muito maior que amizade, amor... É algo incategorizável! Se essa palavra não existe no dicionário... juntos, nós podemos criar palavras.


Eu fui te conhecendo aos poucos, naquele estilo “comendo pelas beiradas” e vi a menina/mulher maravilhosa que você é.


Eu te imagino como duas pessoas distintas — o que me faz lembrar que aquela professora disse que você tinha múltiplas personalidades!


A primeira é uma menina. Tão pequenininha, tão carente de proteção. Tem um riso fácil — e largo. Pula em cima de mim quando eu chego e é tão espontânea. E eu me contagio com essa sua naturalidade, que nem um adulto se faz de criança pra entrar na brincadeira. Mas eu não sou nenhum pouco adulto!


Ao lado dessa menina eu não consigo me segurar: é como quando você vê um ursinho de pelúcia e quer apertar! Eu gosto de deitar no seu colo, de mexer no seu cabelo... Engraçado: eu me lembro de momentos que a gente só ficava olhando um pro outro e sorrindo!


E quando essa menina quer, ela vira uma mulher. Um mulherão que transborda desse corpo delicado. Bocão, carão, mulherão, sedução... são tantos ãos! E o seu cheiro... que não é bom de ser lembrado quando você tá longe de mim. Eu gosto de senti-lo direto do seu pescoço.


E as conversas mudam pra coisas mais sérias, como, por exemplo, os segredos revelados naquela noite num bairro ali em frente. E aí eu me permito dançar com essa mulher e fazer questão de que todos saibam: ela é minha! “Tudo isso!” Ficou meio pesado, mas... você diz que eu sou seu! Eu quero que você seja minha também, ora!


Como é que você mexe tanto comigo?


E o legal é que essas duas pessoas — menina e mulher — conseguem coexistir também. A menina não deixa de lado as roupas de mulher e a mulher não deixa a simplicidade e a humildade da menina em casa.


E o mais legal ainda: essa linda... é REAL!




Que saudade que eu tô sentindo! Queria ter você aqui comigo. Claro que a gente vai ir na balada de segunda a segunda, você vai me dar consultoria de moda diariamente e vamos passar horas contemplando as belezas humanas, mas... eu quero um tempo só meu e seu. Só pra eu ficar olhando seu sorriso, que nem esse que tem no porta-retrato da minha mesa, quero te dar uns beliscões e pode pular em mim à vontade!


Cheirosa!


Eu tô parecendo gente falando de você desse jeito tão sério, tão formal... Isso é porque eu tô longe. Perto de você eu só consigo dizer: “Você é uma gracinha! Linda! Fofa! Pára de me seduzir!”


Eu percebi que dizer “pra sempre” é algo muito vago. Quanta gente já não me escreveu que seria meu amigo pra sempre, mas agora eu nem sei onde ele tá?


Mas pode saber que enquanto você me quiser por perto... eu vou estar.

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