quarta-feira, 18 de julho de 2012

50%


Eu não me contento mais com 50% de você. Talvez você seja mais otimista e consiga enxergar o copo meio cheio; mas eu já sou mais dramático e quero mais do que metade de você.

Queria poder te encontrar nos corredores da faculdade, estudando na biblioteca, ir com você no cinema assistir a um filme chato numa sessão de terça-feira à tarde, ir ao McDonalds de madrugada.

Queria ver seu quarto bagunçado, deitar na sua cama e conversar sobre o melhor tipo de colchão, ver o livro que você tá lendo jogado em algum canto e ver você concentrado num texto sobre semiologia enquanto eu insisto em falar sobre o capítulo de ontem de alguma novela.

Queria ver os arranhões do seu celular (sim, porque todo celular tem arranhões), que música toca quando você recebe uma mensagem, entrar na internet e torrar seus créditos, ver como você escreveria o meu nome na sua lista de contatos.

Saber o nome do seu perfume não tem muita graça: o bom é sentir durante um abraço; perceber qual o shampoo que você usa, se usa creme para as mãos (urgh!), se rói as unhas e como penteia seus cabelos.

E ouvir a sua voz. O som da sua voz.

Metade de você já não me satisfaz. Mas tudo acontecerá naturalmente. Eu já aprendi que o inesperado, o não-planejado é muito mais divertido. 

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