quarta-feira, 31 de março de 2010

Big Brother Brasil 10


Ontem terminou a décima edição do Big Brother Brasil, que, mesmo depois de tantos anos, conseguia nos surpreender toda semana.

Os participantes estavam mais preparados que todas as outras edições e isso ajudou muito na qualidade do programa. Eu confesso que senti raiva e quis quebrar a televisão algumas vezes, mas... isso acontece. Big Brother é um reality show. Como eu li, é uma novela sem roteiro.

Resolvi fazer essa retrospectiva e fazer alguns comentários sobre os integrantes da "Nave louca BBB". E olhar pra trás é muito esclarecedor.

Joseane - a desligada


Cláudia para Joseane: "Você sabe que você tá no paredão por que você deu o anjo pro Dourado."

A Cacau disse com todas as letras os motivos da eliminação da coitada da Joseane. Por causa da Fernanda, entrou na casa, chamou o Dourado e imunizou o cara que ia ser votado por toda a casa.

Ana Marcela - a muda


Ana Marcela sobre ela mesma: "Eu tô o capeta!", no momento da prova do líder da segunda semana.

Ana Marcela foi ao paredão na segunda semana e por seu jeito calado, ela saiu sem mostrar quem é realmente. Mas se eu me concentrar eu ainda consigo ouvir o sotaque da nordestina.

Tessália - a menosprezadora

Pedro Bial para Tessália: "Você menosprezou esse programa."


A Tessália achou que seria uma boa mostrar que era uma jogadora, mas... Deu no que deu. Indicada pela "amiga" Lia, Tessália chegou a dizer que para um dos coloridos sair, os três teriam de ir juntos no paredão. E também disse ao Dourado que estaria disposta a combinar votos se ele precisasse. Se aliar ao Dourado... Pelo amor de Deus. "Vem twittar aqui fora, Tessália."

Alex - o estrategista

Cadu sobre Alex: "Eu voto nele porque ele falou que um dia poderia votar em mim."

O Alex talvez tenha sido, depois do Dourado, a pessoa que foi mais bem sucedida sobre visão de jogo. Disse que seu foco não era o Cadu e, sim, a Lia. Mas isso falaremos mais adiante. As más línguas falam que ele saiu por ter gritado "Menos um" quando a Tessália saiu. Mas ele disse que era menos um paredão.

Uillian - o educado

Pedro Bial sobre Uillian: "É um homem. É um menino."

Uillian talvez tenha sido eliminado por ser tão "apagado" no jogo. Uillian disse que não fugiria dos seus princípios por causa do jogo. Eu não queria que ele xingasse a mãe, mas que tivesse um pouco mais de sangue frio. Quando eu decorei o nome do coitado ele saiu ao lado de Lia e Dourado, que vão dar mais trabalho para frente.

Elenita - a complexada

Lia para Elenita: "Você é complexada."


Elenita sobre frase acima: "Tá me chamando de gorda?"

A "cabeça" não foi tão inteligente no jogo do BBB. Elenita foi no paredão logo no segundo dia de confinamento e ficou mal-humorada. Ninguém gostava da doutora. Voltou do paredão e mostrou a Lena. Brigou com a Lia e deu o anjo para a Fernanda depois da loira ter participado de uma prova de resistência. "Esfrega, esfrega, esfrega. Esfrega o esponjão." Pra completar disse que Cadu e Fernanda "flertavam" e que os "Cabeças" tinham fugido da escola. Realmente!
Angélica - a leva-e-trás

Dourado sobre Angélica: "Leva-e-trás, leva-e-trás, leva-e-trás!"

Continuo ouvindo ecos da voz do Dourado: leva-e-trás. Foi só por isso que Angélica ganhou essa denominação, porque eu não a acho fofoqueira. Claro que ela foi lá no puxadinho contar que o Dourado e a Lia já estavam discutindo sobre o próximo paredão, mas... e daí? Pra completar a desgraça da coitada, ela atendeu o Big Fone e foi pro quarto branco com a Cláudia e com o Sérgio. Queria que ela ganhasse.

Cláudia - a doce

Angélica para Cláudia: "Eu quero Cacau."

Mais uma vez Lia e Dourado "eliminaram" mais um participante. Eu dizia: "A melhor com os dois piores." Odiei a Cláudia ter saído. E sua eliminação foi pelo simples fato de ter imunizado o Eliéser. Como ela disse: seria incoerente ela dar o colar para outra pessoa. E tudo foi influência do Dourado. Urgh! Mas fazer o quê? A voz do Boninho é a voz de Deus... Quer dizer, a voz do povo.

Eliéser - o banana

Eliéser sobre ele mesmo: "Pode causar inveja o fato de eu ser atraente."


Sem comentários. O poder "Doradon" continuava. Eliéser recebeu mais votos por ter aceitado o colar da imunidade da Cláudia na semana anterior. Alguém por acaso recusaria um colar do anjo? Hello! O prêmio é de um milhão e meio de reais. Coitado! Saiu como o banana do BBB10. Pelo menos ele é "atraente", como ele disse, e ganha uns trabalhos rentáveis.

Michel - o vingador

Dicesar: "A única cueca que eu cheirei foi a do Michel."


Eu digo que o único erro do Michel foi ter se envolvido com a Tessália. Depois da eliminação da parceira na terceira semana, Alf resolveu se vingar e toda vez que era líder: "Eu mando a Lia." Lia, Lia, Lia... Que obsessão! Poderia ter pensado um pouco mais. Porra Michel! Mas tudo bem. Com suas cuecas verdes e sua imitação de sapo, eu acho que o Michel tem pelo menos uns fãs pelo Brasil.

Sérgio - o indefinido

Michel sobre Sérgio: "Se eu não tivesse namorada..."

Pedro Bial sobre Sérgio: "Pra mim, ele é mais do que definido."

Sérgio, com seu estilo original, foi até às últimas semanas dando a impressão de que seria o milionário da vez. Acho que o Sérgio saiu por mudar muito de lado. No início estava com a Lia, depois contra o Dicesar, depois com a Fernanda, a favor do Dicesar. Claro! Sempre ao lado do Michel. Mas eu nunca o entendi muito bem. Ficou meio indefinido, né!

Anamara - a gralha

Dicesar sobre Anamara: "Ela parece uma gralha."


Como eu queria que a Anamara saísse no seu primeiro paredão. Que mulher dos infernos! Isso era ruim, mas depois virou elogio. Oh, mulher dos infernos. Maroca. Saiu, coitada, num paredão com a Lia. Ah, não, Anamara! Por quê? Isso sem falar em outro episódio. Numa festa Anamara e Lia "brincaram" de espancar e a Anamara teve a chance de eliminar a Lia. Por quê? Por que não eliminou d'uma vez? Tudo bem, tá perdoada.

Dicesar - o adoGável
Pedro Bial sobre Dicesar: "Vem lutar aqui fora... Dicesar."

Foi o pior paredão de todos. Para quem ganha com isso foi ótimo: 125 milhões de votos. Mas para mim foi horrível. Foi no último sábado quando o Bial pediu para Dicesar e Dourado se cumprimentarem e o povo eliminar o Dimmy Kier. Pelo amor de Deus! O Dourado é melhor que o Dicesar? Ah, vá...

Lia - a rainha mijona

Alex: "Ela é a cabeça".

Aleluia. Valeu muito a pena ficar acordado até 00:30 para assistir a queda de Eliane. Que mulher insuportável! Isso não é elogio. Por que ela queria tirar satisfações com todos da casa? Por que ela gritava, apontava o dedo e achava que estava sempre com a razão. "Olha pra mim, olha pra mim, que eu tô falando com você!" "Deixa eu falar, deixa eu falar." Urgh! Isso sem falar na sua aliança com o Dourado. No coments!

Dourado - o repetente

Dicesar sobre Dourado: "Pede pra ele meter a cabeça no concreto."

Não sei com um homem arrogante desses chegou na final do Big Brother. É difícil enumerar os motivos para o Dourado não ganhar o prêmio, mas vou citar dois. O primeiro é enorme: ele estava no paredão com todos que eu torcia nessa birosca e conseguiu ficar. O segundo (o que causou uma nota de esclarecimento na última segunda-feira), foi sua declaração de que heterossexuais não pegam AIDS de mulher. Só transmite de homem pra homem. Ele só merece o prêmio se for por dó.

Fernanda - a perfeita

Pedro Bial sobre Fernanda: "Ela falou um palavrão!"

Fernanda sempre quis ser a perfeita. Tinha um pretendente de fora da casa e sempre se mostrou muito santinha. Até o SOLTEIRA. Caps Lock nela. A Fernanda virou outra pessoa. Não gostava muito dela por causa de suas companhias desagradáveis, mas depois de sua aliança com o Dicesar, ela subiu no meu conceito. Mas não sei se ela ganha o prêmio. Mudou tarde demais!

Cadu - o bobo-da-corte

Alex sobre Cadu: "A Lia é a cabeça. O Cadu é só o pescoço."


É o único com quesitos positivos para ganhar essa bodega. Cadu sempre foi atencioso com todo mundo, consolava todo mundo, tentava apaziguar as brigas, nunca brigou, nunca foi ao paredão, nunca foi votado no confessionário. Não é possível. Será a fórmula do homem perfeito? Cadu, ou Carlos, merece sim ganhar o milhão e meio de reais do programa. Mas só tem um defeito: Gosta da Lia. Mas tudo bem!

Depois de muitas reflexões sobre os participantes, conhecemos o vencedor do BBB10, À 00:07 de hoje. Maktub. Está escrito. Dourado é o novo milionário do Brasil. Como eu disse, só deram o prêmio a ele por pena. Porque carismático aquele homem não é nem aqui, nem na China.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Marcas do Passado

Foi DEPOIS DAQUELA VIAGEM que eu descobri o que é A VENTURA DE AMAR. Difícil descrever como era magnífica aquela imagem: aquela linda olhando o CREPÚSCULO, VIOLETAS NA JANELA, inocência naqueles olhos azuis…

Foi o amor que fechou os meus olhos para a realidade: como eu, O ESTUDANTE pobre do bairro, teria alguma chance com A HERDEIRA d’A FORTUNA daquele grande empresário. Mas eu estava realmente louco.

Resolvi me declarar. Ela sorriu e me beijou. E guardamos apenas para nós O SEGREDO do nosso amor. Nós nos encontrávamos n’A CABANA do jardineiro e só voltávamos pra casa d’O OUTRO LADO DA MEIA-NOITE. Já me sentia parte d’O OUTRO LADO DA MEIA-NOITE. Seu toque era A CARÍCIA ESSENCIAL para a minha sobrevivência.

VOCÊ É INSUBSTITUÍVEL — dizia.


Até que por UM CAPRICHO DOS DEUSES, minha felicidade se desfez e Sofia seguiu A PONTE PARA O SEMPRE.

Consegui ficar sozinho com seu corpo até o AMANHECER. OS SEGREDOS DO PASSADO já não importavam mais.



Levei a noite inteira para completar O LONGO ADEUS. No meu rosto, apenas A MARCA DE UMA LÁGRIMA e na minha mente as antigas LEMBRANÇAS DA MEIA-NOITE.

DESCANSE EM PAZ, MEU AMOR…

Voltei para casa e descobri A OUTRA FACE desse adolescente; O REVERSO DA MEDALHA. Percebi que era UM ESTRANHO NO ESPELHO. Já não me reconhecia.

Sentia como se estivesse vazio, que eu nunca mais seria feliz. Eu perguntava QUEM ME ROUBOU DE MIM?”, mas ninguém me respondia.

Meus pais estavam À PROCURA DOS MOTIVOS de tamanha infelicidade, enquanto eu corria d’A PERSEGUIÇÃO d’A PODEROSA tristeza infinita.

Não podia mais aguentar aquilo. Eu queria ser levado pel’A IRA DOS ANJOS. Que eu fosse levado ao JUÍZO FINAL e não reclamaria se fosse condenado a viver toda a eternidade ao lado de Sofia.

Mas A BOA SORTE não estava do meu lado.

Continuo vivendo e esperando que AS AREIAS DO TEMPO levem as marcas do passado.

terça-feira, 23 de março de 2010

MakeMeBabies and Avatarize Yourself

Quando a gente começa a navegar pela Internet, dá pra achar umas coisas legais. E hoje eu achei esse programinha, que é bem legal. Quem é mais assíduo na Rede do que eu talvez conheça, mas pra quem não conhece...


O nome do programa é MakeMeBabies, que simula a partir do rosto de duas pessoas como o bebê pode nascer.


Você pode "criar" os bebês a partir de fotos de conhecidos ou de famosos.


Primeiramente, você faz o download de uma foto sua (importante que seja só de rosto), depois selecione se você deseja colocar a foto de um par ou de uma celebridade.


A foto vai ser carregada e você escolhe a moldura do porta-retrato, o sexo do bebê e o nome da criança.

Depois que eu descobri, eu brinquei com alguns rostos.


Esse é o Leonardo, meu filho com a Gisele Bündchen.


Essa é a Lauren, minha filha com a Angelina Jolie.


Este é o Ryan, meu filho com a Anne Hathaway.


E esta é a Sophia, minha filha com a Cameron Diaz.




Outro programa que eu achei no mesmo site é o Avatarize Yourself. Esse programa permite que você se transforme num Na'vi.

Funciona quase do mesmo jeito do outro programa. Você deve carregar uma foto sua com um close no seu rosto e escolher o sexo do avatar. Depois você pode seguir as instruções de posicionamento de seu rosto. É muito simples.

Depois de tudo pronto, você pode alterar o humor, entre Happy e Angry, o cenário no fundo e até escrever uma mensagem de até 300 caracteres.

Eu adorei esse programa. Foi um pouco complicado tirar uma foto minha que ficasse parecendo com o modelo, mas depois é mamão com açúcar. Muito Legal!

Esse é meu Avatar!

Espero que minhas dicas tenham sido legais e que vocês, leitores, experimentem e mandem notícias sobre seus filhos e me contem sobre as experiências em Pandora. Brincadeira!

O link do site é este: http://www.baixatudo.com.br/

sábado, 20 de março de 2010

Poeta de primeira viagem

Cheguei em casa querendo apenas
banho, um copo de leite e um papel
Não precisava ser, necessariamente,
nessa ordem.
Era somente porque eu me sentia
sujo,
com fome
e inspirado.
Não é todos os dias que voltamos da rua
querendo escrever um poema.
Não sou poeta,
mas se fosse, diria que sou
poeta de primeira viagem.
Escrevo sem rimas, sem padrões
Só escrevo as palavras na ordem que elas me vem.
Por que escrevo?
Nem eu sei.
Não possso ser comparado a ninguém.
Nem classificado
Sou apenas um menino.
Um homem.
Confuso.
Na adolescência, não sei se sou
menino ou homem.
Poeta eu não sou.
Acabei por aqui.
Saciei minha fome,
minha vaidade, necessidade,
e minha vontade de escrever algumas palavras
sobre mim.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Dicionário do Surfista



DICIONÁRIO DO SURFISTA

Abalô: quando um garoto esperto enfrenta um desafio sem ter medo.

Cabuloso: estranho.

Demorô: alguém demorou a perceber alguma coisa ou a fazer algo.

Drop: descer da crista da onda até a base.

Jaca: o cara que fica um tempão pra pegar uma onda e quando vai leva um caldo.

Lance: acontecimento.

Mandar bem: acertar uma boa manobra.

Maneiro: algo legal.

Maneiríssimo: algo muito legal.

Mina: representante do sexo feminino.

Mano: amigo de verdade.

Num pega nada: não tem onda, a festa não está legal.

Porra: equivale ao ponto final.

Prego: surfista que não sabe pegar onda muito bem.

Radical: algo extremo, uma manobra muito boa, uma onda muito grande.

Rapá: equivale a rapaz.

Sangue bão: amigo que não decepciona.

Sinistro: rapá que demorô, mas abalo.

Só: afirmação. “Só, meu! Demoro!”

Tipo assim: equivale à vírgula.

Agora todo mundo pode, tipo assim, falá como a gente, porra! Vou pegar uma mina e ir pro marzão. Vou fazer uns drop sinistro, meu! Tipo assim, vou pegar uma radical, rapá, e vou mandar bem.
Veja também o "Dicionário do Cowboy", clicando aqui.
Em breve, o "Dicionário do Mineiro" (2010).

domingo, 14 de março de 2010

É nessas horas que a gente engole a vergonha

— Onde é que o Breno se meteu? — Marina já estava estressada há muito tempo. — É por isso que eu odeio a professora de português.

No colégio, principalmente quando os alunos estão no auge da adolescência, teatro não é a atividade mais atraente para os alunos. É a hora que todos vão ter que subir em cima do palco e deixar de ter vergonha só por causa de uns pontinhos. Mas não se deixa de ter vergonha de uma hora para a outra. O garoto sobe no palco, fala baixo e, para completar, todos os colegas ficam rindo da cara do coitado que custou decorar 3 linhas do roteiro.

Dona Mirtes, professora de português, tinha dado um trabalho sobre o Romantismo Brasileiro. Tinha sobrado para o grupo da Marina recitar alguns poemas do século retrasado.

— Calma, Marina! — Ricardo, namorado da Marina, tentava tranquilizá-la. — O Breno só foi buscar a fantasia.

— Fantasia?! Mas a gente só vai recitar uns poeminhas.

Poeminhas; era disso que os adolescentes chamam umas das melhores representações da literatura brasileira. Mas dá pra perdoar, coitados! Alguns são submetidos a várias horas de gibi e contos de revistas. Coitados.

Marina estava quase furando o palco de madeira de tanto andar de um lado para o outro.

— Tudo bem, então, gente! Vamos começar sem o Breno. Depois a gente volta na parte dele.

Os outros cinco alunos estavam até um pouco animados com a possibilidade do Breno não chegar até o anoitecer e o ensaio ser adiado mais uma vez. Era deprimente ter que ir lá à frente e falar um monte de palavras que não lhe fazem sentido e fingir que estavam gostando.

— Então, nós vamos começar com você, Carol!

Carol subiu no palco, com os ombros baixos, as pálpebras caídas e um bocejo completou sua aparência "animada".

— Pode começar! — Marina deu o sinal.


“Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!E tanta vida que meu peito enchiaMorreu…” Morreu? Depois de “morreu” vem o quê?

—“na minha triste mocidade!”
“Morreu na minha triste mocidade!” — ela sorriu e se abaixou, agradecendo.

— E o resto?

— Eu só decorei até aí.

É nessas horas que Marina conta até 10.

— OK. Tudo bem, querida. — Ela vira-se de costas e faz uma careta de raiva. — É SUA VEZ, RICARDO.

Ricardo sobe ao palco.


—“Como eu te amo
Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,
O orvalho numa flor, nos céus a estrela,No largo mar a sombra de uma vela,Que lá na extrema do horizonte assoma;”


Marina percebe que Ricardo está olhando demais para Carol. Consegue captar os olhares entre os dois. Aquele poema de amor começou a dar nos nervos de Marina.


—“Amo em ti. — Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto aindaMe resta sofrer, por tudo eu te amo.”
— CHEGA, RICARDO! Já está muito bem ensaiado.

— Mas já acabou, mesmo.

— Eu sei. — Ela não sabia. — Não precisa me contar.

Foi quando Ricardo desceu do palco que Breno chegou ao anfiteatro. Ele vestia uma roupa verde, cheia de penas, uma cabeça enorme e um bico amarelo.

— Breno, — Marina disse, “calmamente” — que… que roupa… que coisa é essa?

— Meu figurino.

— Figurino. Mas você só vai recitar uns poeminhas de nada. Não precisa de uma fantasia de papagaio.

— Ah! Deu pra perceber que é um papagaio? A moça da loja me garantiu que não dava pra perceber — Breno explicava. — É porque eu queria uma fantasia de sabiá, por causa do meu poema: “Minha terra tem palmeira/ onde canta o sabiá!”. Sabe? Pois é! Mas aí, na loja de fantasia, só tinha roupa de papagaio e tucano. Sabiá não tinha. Eu escolhi essa, porque o tucano parecia mais um urubu, né! Mas a mulher da loja me garantiu que não dava pra perceber que era um papagaio.

É nessas horas que Marina conta até 10. É nessas horas que ela olha no fundo dos olhos do outro e respira… É nessas horas que se percebe que teatro não é uma boa coisa para a escola.

— DEZ MINUTOS DE INTERVALO! — Ela quis adiar mais um pouco seu sofrimento.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Amor Adolescente


Um amor adolescente. Pode-se pensar que essas duas palavras não podem andar juntas, mas eu digo: já fui adolescente; e já amei.


Não era uma paixão arrebatadora, mas uma admiração inocente. Daquelas situações de ficar parado num lugar estratégico apenas para vê-la. Ver a maneira que ela mexia os braços quando fala, ver o seu sorriso meigo, seu rosto delicado.


Fui capaz de decorar o caminho que ela faz apenas para passar ao seu lado e sentir seu perfume, algum dia até esbarrar no seu braço, tocar sua pele macia. Depois de algum tempo criar coragem de falar "Oi".


Meus amigos me diziam que aquele amor platônico não era saudável; que eu precisava criar coragem e me declarar. Chamavam-me de medroso: com medo de levar um fora. Mas eu sabia que não era assim. Eu estava com medo de que aquele sentimento se esvaísse, desaparecesse, que aquela flor se decepcionasse com minha confusão. Não entendesse minhas intenções.


Eu parei de sorrir quando eu a vi de mãos dadas com um garoto; de abraços e beijos com ele. Não sei o que era mais forte dentro de mim: o aperto do ciúme, o calor da inveja ou os tremores do arrependimento.


Não era eu ali, sentindo o calor do seu corpo, o gosto de seus lábios, sentindo seus braços, seu cabelos, sua pele. Era outro que a fazia feliz, que compartilhava emoções. Era ele que ela preferia.


O namoro dos dois continua até hoje. Dura mais do que eu esperava, mais do que eu queria. Agora, posso apenas olhá-la de longe, disfarçando... Poderiam pensar que isso é o que sempre foi. Mas não. Hoje em dia não resta nenhuma pequena fagulha de esperança.


É ele que ela prefere, sem nem mesmo me conhecer.


Hoje, vivo na dúvida se ela me escolheria se eu não tivesse tido medo naquela época. Vivo arrependido e sonho com aquele romance dos meus quinze anos.

segunda-feira, 8 de março de 2010

O mundo é colorido

Assim como as mulheres e os judeus, os homossexuais já foram perseguidos e mortos em algumas partes obscuras da nossa história. Antes, tudo era mais difícil. No século XX, a homossexualidade deixou de ser considerada doença. Agora, é apenas uma opção, orientação, escolha… Agora, tudo parece certo. Isso visto pelo lado de fora.

O preconceito contra os homossexuais continua até hoje. Algumas pessoas insistem em se comportar feito os homens dos primeiros tempos. Às vezes, não agridem fisicamente; talvez nem verbalmente. Apenas ignoram, mantem distância, fingem que esse “tipo de pessoa” não existe. E ainda tem a coragem de dizer que não são preconceituosos.

Desde criança, eu aprendi que a palavra “gay” quer dizer alegre. E, desde pequeno, convivendo com pessoas tão diferentes, fui aprendendo a aceitar as diferenças. Como eu poderia desprezar uma pessoa que todos chamavam de alegre?

A homossexualidade é apenas uma situação do destino. A ciência ainda não conseguiu provar, mas tem fortes teorias sobre a homossexualidade ser de origem genética. Já assisti a uma entrevista de um homossexual dizendo que “não escolheria ser gay para viver todo o sofrimento do preconceito”. Gostar de pessoas do mesmo sexo é a mesma coisa que gostar de outra do sexo oposto. É só uma diferença de gostos.

Quando se fala sobre esse assunto, lembramos de religião. Cada religião tem suas explicações para todos os assuntos. E a homossexualidade não é diferente. Já ouvi pessoas dizendo que “Deus não aceita essa aberração”. Eu me decepcionei quando ouvi isso de uma professora. E eu rebato dizendo que Ele aceita qualquer forma de amor. Esse sentimento entre pessoas do mesmo sexo é apenas uma maneira diferente de amar. Tantas pessoas gritam por amor, mas não conseguem aceitar algumas diferenças.

Também já ouvi que “hoje em dia, é moda ser gay”. Não é que é moda, é apenas o pensamento das pessoas que parece diferente, maduro. É muito mais fácil se assumir nos dias de hoje do que 30 anos atrás.

Outra discussão constante são os casais homossexuais nas novelas brasileiras. Não sei quando foi a primeira abordagem sobre esse tema, mas eu me lembro da primeira vez que eu vi. Uma briga enorme entre a novela e os conservadores que não queriam permitir um beijo entre dois homens na frente do Brasil inteiro. Diziam que aquilo influenciaria os jovens a ter comportamentos homossexuais. Nem preciso falar sobre esse comentário.

Isso também acontece ao vivo. As pessoas, às vezes, não se importam com um casal de namorados heteros, mas ficam constrangidas quando um casal gay se beija na sua frente. Num local público, são capazes de ir embora dizendo que “mundo está mesmo perdido”.

Apóio completamente as produções que mostram a homossexualidade como algo normal, que faz parte do nosso dia-a-dia. Isso me faz lembrar o filme “O Segredo de Brokeback Mountain”. Não sei medir a quantidade de vezes que eu ouvi alguém falar mal desse filme. Mas, na minha opinião, esse filme é importante para todos entenderem que o amor entre pessoas do mesmo sexo é uma coisa normal. O filme também mostra a dificuldade dos dois personagens se aceitarem. Eles sabem que são apaixonados um pelo outro, mas acham isso errado. Preferem levar uma vida “normal” que se torna monótona e sem graça.

A justiça deveria ser mais severa na punição para pessoas que agredissem de alguma forma, não só os homossexuais, mas qualquer outro ser humano que vive, que tem esperanças, que ama como todos os outros. E tem o direito de serem ouvidos e respeitados.

Hoje em dia, somos “obrigados” a viver, conviver, com pessoas diferentes em cor da pele, religião ou preferência sexual. E uma pessoa que não é capaz de aceitar isso como uma coisa normal, não tem espaço em nossa sociedade. E a tendência é que esses “conservadores” tão rigorosos caiam em desuso nos próximos anos. Tomara que algum dia todos eles vejam as diferenças no mundo.

domingo, 7 de março de 2010

A arte de escrever pequeno

Quem está acostumado com os romances policiais sabe um pouco sobre a psicologia do criminoso. Sabem que quando o criminoso se safa do seu primeiro crime, se acha muito esperto para cometer outros. Mas todos os crimes são diferentes.

Sorte do Júlio se alguém tivesse lhe isso.

Júlio era conhecido na escola inteira como o melhor “colador” do lugar. O garoto era considerado um artista na arte de colar em provas. Todas as suas estratégias eram copiadas e, quando se tornavam obsoletas, caiam em desuso, ele inventa novas técnicas inovadoras.

Todos os experts em colas sabem que a arte de escrever pequeno é muito importante para quem não estudou em casa. Júlio aprendeu isso quando ainda estava no Ensino Fundamental. Resolveu usar essa tática por incentivo de um amigo. Era a primeira vez que colava. A Revolução Francesa não lhe entrava na cabeça.

O papel era um pouco mais que uma embalagem de balas e quase toda a Revolução Francesa estava descrita ali. Júlio ficou arrasado quando levantou a cabeça e a professora observava-o lendo aquele papelzinho. Foi a primeira vez que levou uma advertência. Ocorrência, como preferir.

Júlio jurou para si mesmo que aquilo não aconteceria mais. Que ele era mais esperto que aquelas professoras e que a orientadora não precisaria vê-lo por muito tempo.

Foi na época em que estudavam a Primeira Guerra Mundial que Júlio resolveu usar sua tática mais simples. Coisa de principiante, mas infalível. Copiou datas, lugares, nomes, fatos… Tudo no braço. No dia da prova, ele usou blusa de frio, manga comprida, e na hora da distração da professora, ele arregaçava as mangas e lia toda a matéria. A professora nem desconfiou. Era seu primeiro “crime” impune.

Ele usou essa estratégia durante algumas provas. Logo, ele percebeu que seus colegas de classe o imitavam. Ele passou a ser admirado pelo plano tão simples, mas que ninguém havia pensado antes. Júlio começou a se achar mais esperto que os outros. Era mais esperto que os colegas e, o mais importante, que as professoras. Ele podia fazer aquilo eternamente sem punição.

Decidiu que precisava inovar.

Era a hora de usar um relógio oco. O relógio e arte de escrever pequeno. Toda a Revolução Russa descrita naquele pequeno papel. Trabalho de uma tarde inteira. No momento em que alguém (sempre existia um alguém) chamava a professora para tirar uma dúvida, era hora de acionar o botão e a cola cair sobre a mesa. Mais uma vez Júlio se safou. E todos os seus colegas queriam o tal do relógio oco. Nem que fosse de plástico.

Sua fama se espalhou pela escola. Foi aí que Júlio começou a perceber que a vigilância das professoras era maior sobre ele. Mas elas não viam nada. Júlio ria quando pensava nas conversas nas salas dos professores:

— Eu não sei como ele cola! — a professora dizia, indignada.

O tubo da caneta Bic também foi usado. Um papel enrolado no tubo de tinta da caneta.

Depois foi a hora de usar o colega da frente. Um papel colado nas costas do amigo da frente. Era só um movimento do outro para Júlio conseguir enxergar as respostas.

Depois de muitos estratagemas tão arcaicos, a Era Tecnológica chega para ajudar os coladores profissionais.

O celular era posto na cadeira de uma maneira que, abrindo as pernas, era possível enxergar a tela quadrada do aparelho. A primeira vez foi com aquela mesma técnica de antes: a matéria escrita do início ao fim.

Mas a tecnologia teve mais lados positivos: os nerds começaram a gostar da brincadeira. Eles sabiam as respostas, escreviam nos seus celulares e distribuíam para todos os amigos. Júlio não era o mais querido dos nerds da sua turma, por isso precisava de outra maneira de arranjar respostas dos outros. Fácil! Ele mandava a pergunta pelo celular para alguém de fora que segurava um livro de história. Mole, mole!

Júlio ria, imaginando a professora corrigindo sua prova;

— Ele não colou! Eu tenho certeza! Ele é mesmo muito estudioso.

Os celulares evoluíram. A sensação — criada por Júlio, obviamente, — era tirar a foto da prova inteira, mandar uma mensagem para alguém fora da sala, que tivesse condições de pesquisar, e tirar dez na prova.

A confiança de Júlio foi seu erro.

Na hora de mandar a mensagem com a foto da prova errou o número. Não era possível que Júlio fosse tão azarado. Era apenas o destino.

A mensagem chegou às mãos — ou melhor, celular — da orientadora da escola. Nem preciso citar o quanto foi fácil descobrir quem era o remetente.

Júlio foi punido. Sentiu-se humilhado. Era horrível aquele rebaixamento moral. Nunca mais seria o mestre das colas. O posto de melhor “colador” foi pra outro aluno. E o pior: seus pais foram avisados.

Alguém deveria ter lhe dito que todos os crimes são diferentes. Ou que estudar é mais fácil que arranjar uma forma de escrever toda a matéria num papel.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Elenco de "Eclipse"

Como aconteceu em "Lua Nova", no terceiro filme da saga, "Eclipse", novos personagens e novos atores aparecem para completar a constelação.

Julia Jones - Leah Clearwater


A única mulher do bando dos lobisomens quileutes. Filha de Harry Clearwater (Lua Nova).


Boo Boo Stewart - Seth Clearwater

O novo lobisomem do bando. Irmão mais novo de Leah.

Bryce Dallas Howard - Victoria

A nova versão de Victoria. Mais ruiva e mais má. Dessa vez, Victoria usa todas as suas armas para vingar a morte de James (Crepúsculo).

Xavier Samuel - Riley
Vampiro recém-criado por Victoria, para ajudá-la na vingança.

Jodelle Ferland - Bree

Uma vampira recém-nascida, morta diante dos olhos de Bella.

Catalina Sandino Moreno - Maria

Vampira que transformou Jasper Hale em vampiro.

Kirsten Prout - Lucy


Ajuda Maria a formar um exército de recém-criados no século XIX.

Leah Gibson - Nettie


Vampira que acompanha Maria e Lucy na época da transformação de Jasper.

Jack Huston - Royce King II

Filho de um rico banqueiro. Era noivo de Rosalie antes dela se tornar vampira.

Comentários sobre o romance:

Eu li a saga completa no início do ano passado. "Eclipse" é o melhor dos quatro livros da série e mostra que Stephenie Meyer não escreveu uma história ao acaso. É no terceiro livro que conta o porquê da implicância de Rosalie com Bella, conta o início da vida de vampiro de Jasper e conta a lenda dos quileutes.

O livro além de ser o mais emocionante é engraçado. Taylor Lautner (Jacob) disse que o filme tem muito humor. É mais "dark", mas arrepiante, mais aterrorizante e Bella (narrador-personagem) vê coisas que antes só imaginávamos, principalmente a queima de vampiros.

Bella arrisca "coisas diferentes" com Edward, Bella e Jacob se beijam (finalmente) e os Volturi também fazem parte da história.

Outro comentário é sobre o irmãos Clearwater, filhos de Harry, morto por Victoria em "Lua Nova". Os dois são personagens maravilhosos que são muito importantes na continuação da história, "Amanhecer".

Eclipse foi eleito um dos filmes mais esperados do ano. Estreia no dia 30 de junho de 2010.

Boa espera!