quinta-feira, 11 de março de 2010

Amor Adolescente


Um amor adolescente. Pode-se pensar que essas duas palavras não podem andar juntas, mas eu digo: já fui adolescente; e já amei.


Não era uma paixão arrebatadora, mas uma admiração inocente. Daquelas situações de ficar parado num lugar estratégico apenas para vê-la. Ver a maneira que ela mexia os braços quando fala, ver o seu sorriso meigo, seu rosto delicado.


Fui capaz de decorar o caminho que ela faz apenas para passar ao seu lado e sentir seu perfume, algum dia até esbarrar no seu braço, tocar sua pele macia. Depois de algum tempo criar coragem de falar "Oi".


Meus amigos me diziam que aquele amor platônico não era saudável; que eu precisava criar coragem e me declarar. Chamavam-me de medroso: com medo de levar um fora. Mas eu sabia que não era assim. Eu estava com medo de que aquele sentimento se esvaísse, desaparecesse, que aquela flor se decepcionasse com minha confusão. Não entendesse minhas intenções.


Eu parei de sorrir quando eu a vi de mãos dadas com um garoto; de abraços e beijos com ele. Não sei o que era mais forte dentro de mim: o aperto do ciúme, o calor da inveja ou os tremores do arrependimento.


Não era eu ali, sentindo o calor do seu corpo, o gosto de seus lábios, sentindo seus braços, seu cabelos, sua pele. Era outro que a fazia feliz, que compartilhava emoções. Era ele que ela preferia.


O namoro dos dois continua até hoje. Dura mais do que eu esperava, mais do que eu queria. Agora, posso apenas olhá-la de longe, disfarçando... Poderiam pensar que isso é o que sempre foi. Mas não. Hoje em dia não resta nenhuma pequena fagulha de esperança.


É ele que ela prefere, sem nem mesmo me conhecer.


Hoje, vivo na dúvida se ela me escolheria se eu não tivesse tido medo naquela época. Vivo arrependido e sonho com aquele romance dos meus quinze anos.

Um comentário:

Atrevido disse...

Seu blog realmente merece ser seguido. Parabéns, gostei do que encontrei aqui...