Quem depende do banco para fazer pagamentos, depósitos e tudo mais, já ficou preso numa fila pelo menos uma vez na vida.
Lembro-me de uma vez que eu fui no Banco do Brasil e a fila estava no mínimo enorme. E quando a fila dá voltas e voltas as pessoas ficam muito "animadas".
Nesse dia, tinha uma mulher com dois meninos que brigavam e gritavam e a ela estava lá no final da fila. Ela não podia gritar com os meninos dentro do banco, mas ela não ia sair dali tão cedo.
Tinha um outro garoto na minha frente que eu li a frase no uniforme dele umas quinhentas vezes.
Um pai esperto deixou o filho adolescente, um garoto de cabelos ruivos, na fila e saiu do lugar.
Tinha um outro homem, com fartos bigodes, que cochilava na fila. Fiquei imaginando o que ele estava fazendo algumas horas antes.
E o pior é que sempre tem um funcionário de um escritório de contabilidade que leva uma pasta cheia de documentos e fica no caixa durante 20 minutos.
É legal também que a gente sente compaixão pelos outros. Todos estávamos na mesma situação; se alguém começasse a chorar de desespero ou ameaçasse pular da janela do segundo andar do prédio, todos compreenderíamos a situação.
E você escora o corpo com a perna direita, com a perna esquerda, cruza os braço, descruza, alonga o pescoço, olha para o guarda, olha para a fila, olha para o atendente do caixa que está sentadinho e que ficaria ali, no ar condicionado, até o final do expediente.
Sinceramente, a janela do segundo andar começa a ficar atraente, chamativa.
Perna direita, perna esquerda, cruza, descruza, guardinha, fila, atendente.
As duas pernas começam a doer e mesmo no ar condicionado você começa a suar. E a nuca adormece, e a panturrilha acusa.
É uma experiência para o resto da vida. Quem vai esquecer o dia em que ficou 40 minutos de pé só para pagar uma continha de nada?
Inesquecível.
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