Ligaram para a casa daquele homem:
— Eu vou te contar uma coisa, mas é melhor se sentar.
A frase em si já deixa o homem nervoso. Seu coração dispara, a boca seca. Parece que engoliu o ar sem mastigar.
Mal conseguindo segurar o telefone no ouvido, ele se sentou.
— Eu estou falando do hospital Santa Gertrudes e... nós fizemos o possível e o impossível, mas...
— Mas, o quê?!
—É sua mãe...
O homem não conseguia se segurar. Com o susto, seus olhos se encheram de água.
— Ela estava andando na rua — o do hospital dizia, — e... um carro pegou ela em cheio. Ela já chegou aqui quase sem vida.
— Por que não me ligaram antes?
— Eu já te disse. O estado com que ela chegou...
O homem precisou de alguns segundos para se recuperar do choque.
— De onde você é mesmo?
—Do hospital Santa Gertrudes. — E indicou o endereço. — Eu sinto muito, Sr. Luis. — E completou.
— Sr. Luis?! Meu nome é Fernando.
— Mas não é da casa do Sr. Luis Garcia, filho da dona Mariana Garcia.
— Não! — Pausa. — Peraí! Minha mãe não saiu de casa hoje. Ela ainda está dormindo.
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