Para escrever uma crônica é necessário que se aconteça alguma coisa muito interessante.
Não adianta contar qualquer coisa de qualquer jeito. Tem que ser um acontecimento diferente contado de uma maneira inusitada.
Tá! Hoje, então, eu resolvi contar sobre um carro que capotou na esquina da minha casa.
Então, vamos lá:
Um carro capotou na esquina da minha casa. Eu fiquei muito assustado, mas nada de mais aconteceu.
Uau! Que emoção, hein? Fiquei arrepiado!
Tudo bem! Pelo menos não fugiu do tema. Mas, que tal mudar a maneira de contar:
"Não sei se foi sorte ou azar, mas eu me atrasei. É uma coisa que acontece com alguma frequência em minha vida; Estou acostumado.
Quando se está atrasado tudo dá errado: o cadarço embaraça, a chave não entra na fechadura, o cachorro não te deixa passar...
Enfim(ufa),saí de casa. Foi um ouco complicado trancar o portão com tanto desepero. Todos que já se atrasaram sabem do que estou falando.
Quando me virei, um fusca azul, que zunia, que fazia um barulho próximo de uma metralhadora, veio em minha direção em alta velocidade.
Seu condutor, um gordo com um fasto bigode ruivo, estava com os olhos arregalados, seu rosto vermelho. Fiquei um pouco assustado. A última vez que vi aquele rosto foi quando uma vaca louca correu atrás da minha prima.
E o fusca azul continuava em alta velocidade.
Como nos filme, em câmera lenta, o fusca virou com as rodas para cima quando chegou à esquina. Deu mais uma volta até para.
Algumas pessoas ( inclusive eu) observavam a cena, como no cinema, esperando pela próxima ação do protagonista. Ou melhor, de um personagem qualquer. Pois é o personagem qualquer que morre no clímax do filme.
A porta se abriu e o ruivo apareceu de cabeça baixa. Olhou para a plateia... levantou os braços e sorriu com seus dentes amarelos.
Cheguei atrasado na escola, mas com uma ótima história para contar."
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