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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Uma década singular
Há dez anos muitos pensavam que o mundo terminaria na virada do século e eu não tinha nem noção do que era o mundo — na verdade, até hoje eu não tenho. Mas, quem diria, já completamos uma década do terceiro milênio com mais uma ideia de que o mundo vai acabar. Quem sabe…
E o ano termina, e com ele termina nossas frustrações do ano que passou, nossas desavenças com os nossos amigos. Parece que tudo volta ao normal. E outro começa logo no dia seguinte; e junto vem a promessa de mudanças, sempre mudanças: vou emagrecer, vou entrar numa academia, vou estudar mais, vou acabar com os meus vícios… Mas, pense: não é a primeira vez que pensamos que tudo ia mudar.
O ano de 2010 não marca apenas mais um ano, mas uma nova década e aí, esperamos mudanças muito maiores: vou mudar para minha casa própria, vou abrir meu próprio negócio, vou terminar minha faculdade… Ótimo, só na teoria, mas na prática, o dia 31 de dezembro e o dia 1 de janeiro são idênticos.
Essa última década — como todos falam de todas as décadas —, foi um período de transição. Da completa ignorância dos anos 1990 para a realidade na nossa cara nos anos 2010: a Internet não era a principal forma de comunicação, poucos tinham a ideia de que o mundo poderia mesmo acabar por causa da ação do homem, ninguém tinha noção da crueldade a qual o ser humano foi capaz de chegar…
A década do Lula, o ataque ao Wall Trade Center, a guerra no Iraque, tsunami no Oriente Médio, rajadas de vento no sul do Brasil, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos… Uma década que nunca mais vamos esquecer.
Se for para sonhar alto, então, que sonhemos: vamos fazer a nossa parte, vamos procurar os de coração bom e trazer para perto de nós e vamos agir para mudar o mundo. Se não for possível mudar o Mundo, o Planeta, que mude o seu mundo. Sim, vamos sonhar com nossa casa própria, com nosso carro, com nosso negócio. Vamos sonhar com um mundo melhor para todos que ainda virão.
E vamos parar de reclamar de braços cruzados. Sentados no sofá, indignados, mas calados, diante dos absurdos que acontecem no nosso país. É como se, às vezes, fechássemos os olhos e deixasse tudo como está. Talvez não seja coincidência que as eleições serão no primeiro ano da década. É um aviso de que chegou a hora de agir.
E vamos rir mais. Rir faz bem pra saúde, faz bem pra pele, faz bem pro coração e pra alma, e na próxima década vamos ter muitos motivos para sorrir: a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, de onde esperamos o hexa; a Copa do Mundo de 2014, no Brasil; o avanço nas pesquisas do pré-sal; as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016; mais uma década de vida, que já é o maior motivo para sorrirmos.
Vamos acordar para a realidade que está na nossa frente e vamos fazer com que a nova década não seja uma década de transição e, sim, uma década de realização.
domingo, 27 de dezembro de 2009
Cookies de dona Dolores
É difícil, mas eu, Beto, tenho que permanecer o mais calmo possível enquanto eu trabalhar no comércio. Principalmente no fim do ano, por causa do Espírito Natalino. Mas esse tal Espírito é difícil de continuar comigo quando algumas coisas acontecem.
Em um supermercado, conheci dona Dolores, uma senhora gorda que andava com um vestido surrado até mesmo nos dias mais cálidos; ficava imaginando quanto pano existia debaixo daquele vestido até chegar à pele daquela senhora. Ela tinha um rosto redondo, com as bochechas sempre coradas, com os cabelos desgrenhados, os dentes amarelados e os olhos de azul estonteante.
Ela sempre ia ao supermercado comprar farinha, fermento, açúcar, chocolate e ovos para fazer a sua especialidade: cookies. Ela, como toda senhorinha, adorava fazer um agrado aos funcionários do supermercado. Eu já tenho uma experiência um pouco traumática experimentando receitas dos clientes, mas o cheiro daquelas bolachinhas com os pedaços de chocolate era irresistível.
Tentava pensar nos olhos claros e nas bochechas rosadas de dona Dolores, e tentava esquecer a sua roupa suja e seu mau-cheiro de cigarro impregnado na coitada.
Na véspera de Natal, ela queria fazer muitos cookies para os netos, precisava, então, de muita farinha, muito fermento, muito açúcar… Voltou umas três vezes no supermercado para buscar mais ingredientes. Ela estava com os cabelos mais desgrenhados, a roupa mais suja e eu acho que até o cigarro estava mais forte.
Já eram seis horas da tarde quando dona Dolores foi ao supermercado pela última vez. Ela estava correndo, na esperança de que tudo saísse certo até a hora da ceia.
— Olha, Beto — ela disse, — eu tô com um monte de coisas para fazer lá em casa, então eu não vou voltar aqui mais, viu? Então, dá a volta no balcão e vem me dar um abraço.
Que situação!
Quando eu comia os cookies era mais fácil imaginar uma senhorinha cheirosa, mas com aqueles dentes amarelos arreganhados para o meu lado e aqueles braços suados abertos na minha direção.
Eu engoli a seco. Espírito natalino, espírito natalino, eu dizia pra mim mesmo.
— Vem logo!
Espírito natalino. Eu dei um sorriso amarelo e tentei não deixar nada transparecer no meu olhar.
Não deve ser tão ruim assim.
Fiquei imaginando os netos daquela mulher gorda abraçando-a, felizes com os cookies da vovó.
— Não — eu disse. — Eu tô um pouco suado.
— Não se preocupe. Eu também tô.
Fui andando devagar, respirando o máximo que podia antes de chegar à frente daquela mulher e sentir os seus braços enormes e molhados me envolverem feito uma cobra pegajosa, o hálito de cigarro entrando no meu cérebro enquanto ela recitava os seus votos de Fim de ano.
— Feliz Natal! Muita paz, muita saúde, muita felicidade.
Fiquei esperando que ela me dedicasse um Feliz Ano Novo para que aquilo não se repetisse, mas ela só ficou mesmo no Natal.
— Que você seja muito feliz. — E ela me balançava de um lado para o outro. — E eu desejo tudo isso pra sua família também.
Ela me soltou. Graças a Deus!
Eu não sabia como eu me sentia: ela era tão adorável, mas o cigarro e o suor atrapalhavam um pouco. Sei lá! Se ela fosse limpinha talvez eu até gostasse de abraçá-la, mas… Ai, tudo bem! É Natal, né.
Ela saiu enquanto eu sentia a minha camisa molhada nos meus braços. E fiquei só esperando que eu ficasse de folga no dia de Ano Novo.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Ho! Ho! Ho!
Ele usa gorro vermelho, mas não é o Saci. Ele anda de noite, mas não é vampiro. Ele é branco, mas não é o Bozo. Ele voa, mas não é o Super-Homem. Ele tem barba branca, mas não é o seu avô. Ele é… o Papai Noel.
Um dos muitos medos infantis é esse velho barbudo que entrega presentes no Natal. Muita gente tinha medo de palhaço, do Bozo, do Fofão, do Coelhinho da Páscoa, da Fada dos Dentes, ou da Xuxa, mas é porque muitas não gostavam de revelar o seu medo mais terrível: o medo de Papai Noel.
É questionável o comportamento desse velhinho que é guiado num trenó por renas na noite de Natal.
Eu me questiono como é que os pais alimentam essa ideia de que Papai Noel existe. Será que elas não percebem que as crianças podem ficar traumatizadas pensando que na noite de Natal tem um barbudo entrando na sua casa, comendo os seus biscoitos achocolatados com leite morno, e mexendo nas suas coisas, e te deixando um presente que ninguém sabe a procedência?
Nos dias de hoje não pode facilitar. As crianças vão pensar que os pais fazem parte da gang do gorro vermelho, pois não fazem nada para impedir a invasão da casa e ainda incentivam os filhos a colocar biscoitos e leite para o gordo.
Mas claro que nós todos sabemos que Papai Noel não existe! Ops! Desculpem-me quem ainda acredita no velhinho, mas é porque a verdade é dura, mas precisa ser encarada de frente. É melhor te magoar com uma verdade, do que te enganar com uma mentira.
Outro trauma que esse símbolo do Natal pode trazer é a quantidade deles pelas ruas. Em todo supermercado, toda loja de shopping, todo metro quadrado que você percorrer no centro da cidade tem um Papai Noel. A criança pode pensar que está delirando, tendo alucinações.
Ganha uma bala (que não se sabe a procedência) de um Papai Noel, mas, mais a frente, tem outro distribuindo mais balas, e depois outro, sentado num trono de ouro segurando crianças no colo para tirarem fotos.
A criança volta para a casa com uma sensação de paranoia. As pessoas podem pensar que é exagero da minha parte, mas as crianças estão evoluídas. Antigamente, ninguém tinha tempo nem de ficar gripado, pois o pai colocava para capinar horta, mas hoje as crianças tem crise de personalidade e tudo mais que seja moderno.
Essa loucura se acentua se a criança tiver medo de Papai Noel.
Se ela não tiver medo talvez ela consiga resistir, tentando imaginar que essa múltipla visão de vários velhinhos é algo que só os adultos sabem, como, por exemplo, o que se faz num motel ou o que é antropofagia.
Porém, se a criança tiver medo de Papai Noel não adianta forçá-la a sentar no colo do velhinho, que, acreditem, ela não vai sentar. É melhor nem insistir. Senão a criança vai chorar, espernear e pode até te xingar se ela for mal educada. E se aquela vizinha chata e conservadora estiver por perto, vai espalhar pela rua que você não tem autoridade com o filho e deixa ele fazer tudo que quer.
O Papai Noel pode ser lindo visto de um cartaz, um enfeite de Natal, ou pelo comercial da Coca-Cola, mas, às vezes, não visto pelo lado de uma criança moderna.
É melhor dar o presente para o seu filho e ele ver que tem uma mãe e um pai presentes. E, também, para ele não dizer que precisa ter um Papai de fora para lhe dar presentes.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Toma lá dá cá
Ontem foi o último episódio de Toma Lá Dá Cá. Lembro-me perfeitamente quando eu vi a chamada do programa que seria apenas um especial de fim de ano. Fiquei na esperança de que seguisse os passos de “A Diarista” e “Sob Nova Direção” e se tornasse um programa fixo na programação global. E assim aconteceu no segundo trimestre de 2007.
Fiquei muito ansioso com a estreia da série e rolei de rir da primeira temporada. Logo aprendi os bordões da Copélia, da Celinha, da Bozena, do Mário Jorge e da Dona Álvara.
Pude me gabar na escola que não perdi nenhum episódio da primeira temporada.
Na segunda temporada, no ano passado, a Isadora veio com aquela história de querer ser vereadora e aí começou a aflorar a burrice da garota.
— Mas é mau caráter, mesmo! Essa garota nasceu com o olho junto por isso que não tem espaço para o cérebro.
Sem contar nas novas histórias de uma das mais famosas pato-braquenses do mundo.
— Lá em Pato Branco, daí!
E mais um ano. Parece que esse era o ano que eu não deveria assistir a série: perdi o primeiro, o segundo, até o quinto episódio. Assistia um, perdia três, assistia dois, perdia cinco. Mas aí eu tive que fazer um esforço maior para ver a última temporada da série do Jam Balaya Ocean Drive.
Não posso deixar de citar as melhores participações: Dudu Azevedo que achou que a Rita era uma “cachorra” e fez um stripe-tease na sala da casa dela (foi o dia que eu mais ri); Marília Pêra que fazia uma vidente, amiga de Copélia, que precisava beber vinho para “baixar o santo”;
Mauro Mendonça que tem uma fala que não me sai da memória:
— Foi o senhor que viu a Copélia nua?
— Foi. E, desde então, não consigo pensar em outra coisa.
Norma Bengell com a dona Deisy.
— Sapatão! HAHAHAHA! Sapatão! HAHAHAHA! Sapatão!
Miguel Magno como a Dra. Percy.
— Eu uso a minha tática de terapia de confronto!
E o inesquecível Ítalo Rossi como o Seu Ladir.
— É Mara!
Aracy Balabanian, Juliana Paes, Thiago Fragoso e Otávio Augusto também foi engraçadíssimo.
Ontem, no último episódio, em que o Jambalaya estava sendo invadido pelos moradores da favela, Adônis (Daniel Torres) entregou seu laptop para Mário Jorge (Miguel Falabella) para tirarem todos da enrascada em que estavam. Então, Seu Ladir apareceu numa espaçonave que os levaria para Camaloka, uma coisa assim.
Um final bem Miguel Falabella, mesmo.
Mas o pessoal do elenco não vai nem tirar férias. Alessandra Maestrini (Bozena) vai estar na próxima novela das sete “Tempos Modernos” e Adriana Esteves estará na próxima minissérie da Globo “Dalva e Herivelto: uma canção de amor”.
Ah! E, no ano que vem, um filme com os personagens da série, com roteiro de Miguel Falabella.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Chegou o verão, isso é pura sedução!
"Como eu gosto do verão
Do mar azul e do calor
Como eu gosto do verão
Do sol da praia e muito amor
Como eu gosto do verão
Passar as férias em alegria
Como eu gosto do verão
E dançar na romaria"
(Verão Amigo, Nuno Miguel)
Hoje é o primeiro dia do tão esperado verão. As pessoas vão às academias e malham até a panturrilha ficar dura para exibi-la depois; as pessoas param de comer chocolate desde julho só para conseguirem manter a forma; fazem bronzeamento artificial para não parecer uma barata descascada quando vai à praia; e quase todas as viagens feitas por pessoas do interior são para a praia.
O verão é o momento em que um monte de gente fica com o mínimo de roupa possível e se aglomeram num lugar tão grande, mas que, com tanta gente, fica parecendo um ônibus às seis da tarde.
Você ouve muito falando sobre a moda do verão: o maiô desse jeito, o biquíni daquele, a sunga daquele modelo, aquele decote, aquela blusa… Isso só pra quem mora à beira-mar, mas, aqui no interior, onde o clima é mais quente que trailer de hot-dog e não tem praia, a gente continua a andar com as mesmas roupas de sempre.
A segunda estação de algumas cidades brasileiras — que só tem verão e inferno — é a hora de aproveitar o momento das férias escolares. É a hora de acordar mais tarde, não se preocupar com dever de casa, ficar na Internet até o computador pifar, e viajar.
É interessante como todo mundo do interior quer ir para a praia, e todo mundo do litoral quer ir para as montanhas. É possível que eu saia da minha casa e vá passar as férias em Vila Velha — que é um dos principais destinos litorâneos dos habitantes da minha cidade — e encontrar aquela vizinha chata que tem um gato idiota e gosta de furar a bola de futebol dos meninos que a deixam cair no seu quintal; ou aquele vizinho barrigudo que adora ir a qualquer churrasco na sua casa e enche a cara; ou qualquer outra pessoa que você desejaria nunca ter conhecido.
É um momento em que podemos aproveitar uma paixão de verão, porque não se pode ter uma paixão de verão no inverno. Não se pode esquecer o tão sofrido horário de verão, que começou em outubro e termina daqui uns dois meses ainda. E o maior dia do ano. Exatamente, o dia 21 de dezembro é o maior dia do ano. Mas ele já está acabando. Também é hora das férias de verão, as festas de verão, é hora de tomar sorvete, é hora de ir ao clube, é hora de mostrar o resultado da sua malhação. É hora de jogar vôlei de praia ou fazer qualquer coisa que se queira fazer.
O verão chegou e não se fala em outra coisa em qualquer lugar. O sol está sobre nossas cabeças aquecendo os nossos dias. Ai, que lindo!
É, mas isso não é a realidade do Triângulo Mineiro. Hoje, a estreia do verão, caiu um toró — que é o que chamamos de chuva violenta e repentina — e me deixou preso a uma livraria. Mas tudo bem. O Natal está aí e, como diz o Chaves, devemos amar nossos inimigos.
P.S. Como diz Pedro Bial: não deixem de usar o Filtro Solar.
sábado, 19 de dezembro de 2009
Harry Potter
Nos últimos seis meses, levando em consideração que eu estudo no Ensino Médio e estudo piano, eu me dediquei à leitura dos livros da série Harry Potter.
Não conhecia nada sobre o mundo criado por J. K. Rowling e ficava fora das rodas de conversa sem saber quem eram Harry Potter, Hermione Granger, Rony Weasley e todos os outros alunos de Hogwartz.
Meu primeiro contato com esse mundo de magia foi quando eu tinha onze anos e minha professora de português da quinta série exibiu o primeiro filme da série. Mas isso faz muito tempo e eu não me lembrava de nada. Algumas poucas coisas estavam gravadas na minha memória, mas nada comparado com o que o Pottermaníacos sabiam.
Então, esse ano, por influência de vários amigos, eu resolvi me dedicar à leitura dos livros para depois assistir aos filmes da Warner.
Em julho, comecei a ler “Harry Potter e a Pedra Filosofal” e foi aí que a minha paixão começou. Vieram “A Câmara Secreta”, “O Prisioneiro de Azkaban”, “O Cálice de Fogo”, “A Ordem da Fênix” e o “Enigma do Príncipe”.
Cada um foi lido com uma empolgação diferente. O sexto foi o que eu li mais rápido, ansioso por chegar o sétimo.
Enquanto isso, eu fui assistindo as performances de Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint. Foi incrível ver toda a fantasia sair dos livros para a tela da minha televisão: Hogwartz, os dementadores, a Floresta Proibida, os dragões, os sereianos, o Ministério da Magia, os Comensais da Morte…
Nas últimas semanas, eu me esforcei para ler o último e mais emocionante livro da série. Fiquei impressionado como tudo se encaixou no fim. Acabei de lê-lo na última quinta-feira às 21:30.
Hoje, eu aluguei o DVD do sexto filme. Anexo, vinha um DVD com um documentário sobre a autora, Joanne Rowling, e fiquei maravilhado com a inteligência dessa mulher, com a simplicidade da segunda mulher mais rica do mundo e uma das pessoas mais influentes.
Tentei me pôr no lugar dela: a expectativa de milhões de fãs pelo mundo inteiro esperando “Harry Potter e as Relíquias da Morte”. No documentário mostrava a contagem regressiva em Londres, em Sidney, em Nova Iorque, no Rio de Janeiro… E ela sentada diante de 1.700 leitores balançando a cabeça no “três, dois, um”…
Estou muito feliz por ter me deixado levar pelos fãs do Harry Potter e arrepiado com a história que demorou 17 anos para ser escrita, depois de ser idealizada numa viagem de trem.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
É Natal, é Natal, um feliz Natal!
Falta uma semana para o Natal e tudo já está pintado de vermelho e branco.
É incrível como todas as pessoas entram no clima da festa e enfeitam suas casas com pisca-pisca, com árvores e bolas, com Papai-Noel e meias. Essa festa é bom para sentirmos que apesar de tudo, o mundo ainda é capaz de ter um pensamento bom e ter um objetivo em comum.
Na televisão, todos os comerciais falam de Natal, da magia do Natal, do brilho da festa mais comemorada pelo mundo e do dia mais esperado do ano.
Parece que, além de comemorar o nascimento de Cristo, o Natal serve para fazer uma retrospectiva sobre tudo que aconteceu em nossas vidas. As pessoas dizem que isso é para ser feito no dia 31 de dezembro, próximo da virada do ano, mas o Reveillon é para se pensar no futuro, e o Natal é para se pensar no passado, pensar nas suas falhas e não repeti-las, e pensar nos seus acertos e tentar melhorá-los da próxima vez.
Alguns podem pensar como Scrooge, do romance de Charles Dickens, que se referia ao Natal com um desprezível “Que bobagem!”. Podem pensar que o Natal é só mais uma festa inventada para incentivar o consumismo, mas o problema é deles se eles pensam assim.
Para mim, o Natal é um momento de festejar, claro, mas mais um momento de reflexão íntima. E eu gosto de pensar no meu ano rodeado de gente, com uma mesa de frutas, com um peru assado, com refrigerante, vinho, farofa, doces e um monte de presentes.
Se alguns pensam que o Natal incentivam o consumismo, nós, os que gostamos de Natal, pensamos que o Natal incentiva a fraternidade e o bem consigo mesmo.
domingo, 13 de dezembro de 2009
Café e Pipoca
Há algum tempo venho querendo escrever sobre literatura e cinema, mas eu achava que fugia muito do propósito do Atrás do Horizonte. Então, ficava me coçando para postar alguma coisa diferente sobre livros, autores, filmes e tudo mais que envolve a leitura e a sétima arte; por isso me decidi em fazer outro blog.
Já deu para entender que a proposta do blog é dar a minha opinião sobre livros e filmes e falar sobre lançamentos, fazer críticas e discutir o assunto de todos os ângulos.
Nessa semana, me veio à cabeça um nome para o meu novo blog: Café e Pipoca. Café por causa dos lugares onde as pessoas geralmente gostam de ir ler e conversar enquanto tomam um capuccino. Chique, né! E pipoca nem precisa dizer, né! Mas por via das dúvidas: como diz uma ex-professora minha, não existe cinema sem pipoca.
Vou escrever tudo que eu achar interessante em sites e revistas — não é plágio — e dar a minha opinião, o que é a ideia dos blogs.
Ah! Não esqueçam de me seguir e comentar.
sábado, 12 de dezembro de 2009
Sing in the rain!
Durante toda essa semana a chuva tomou conta da nossa cidade. Choveu até sexta-feira quando abriu um enorme Sol no céu e o calor voltou.
Uma amiga minha disse que estava feliz pela chuva ter parado, mas eu argumentei ao contrário, dizendo que a chuva é a melhor coisa para a nossa vida. Disse também que a chuva deixa as coisas mais românticas e muito mais divertidas.
Depois disso, eu comecei a pensar sobre o assunto e descobri o quanto a chuva é importante — não só para a fauna e a flora — para o cinema.
Quantos beijos apaixonados nós já não vimos nas comédias românticas e naqueles dramas. O casal permanece separado durante todo o filme; ele e ela sofrem o tempo todo, doendo por dentro, o coração espremido de saudades; e, no final, eles se reencontram. Cada um de um lado da rua, os dois correm com os braços abertos e se encontram num beijo molhado. Ele a levanta e fica rodando.
Pode ser também o primeiro beijo. Os dois estão saindo de um restaurante e a chuva começa; eles precisam parar num lugar qualquer para não se molharem. Depois de algumas trocas de olhares o beijo debaixo da chuva. Interessante que toda a preocupação em se molhar some com o beijo. Ai, ai…
Mas não são apenas os filmes românticos que ganham com uma chuva. Os filmes de ação também ganham uma emoção maior quando tem uma chuva. Uma perseguição de carros, daquelas de levantar do sofá, fica mais emocionante com uma chuva torrencial caindo sobre os personagens.
Continuando na parte de ação, mas, agora, na televisão, me lembrei de uma cena da novela “Três Irmãs”: o acidente onde o personagem do Alexandre Borges morre. Todo mundo molhado, correndo e gritando de um lado para o outro. Uma coisa super chique.
Para não deixar o sucesso do ano, Saga Twilight: no primeiro filme há uma cena entre Edward e Bella na chuva — o momento em que ele dá umas explicações sobre o jeito vegetariano dos vampiros — e em Lua Nova, uma cena entre Jacob e Bella na chuva — a primeira vez que Bella vê o amigo de cabelos curtos.
Ainda tem os filmes de comédia. Aqueles momentos que o personagem olha pra cima e grita: “O que mais de errado vai me acontecer hoje?”. Aí a chuva entra em ação.
Os filmes dramáticos também tem muita chuva, principalmente em cemitério. É impressionante como chove em dia de enterro na ficção. Uma cena com o personagem deitado sobre o túmulo do pai ou de outra pessoa.
E, ainda, os filmes de terror que ficam bem mais legais com uma chuva. Adoro um filme do Eddie Murphy, “A Mansão Mal-Assombrada”, que eles ficam presos dentro da mansão mal-assombrada — não me diga — por causa de uma chuva. E tem o filme “Van Helsing” que chove o tempo todo.
Pra terminar, não posso deixar de citar o “Singing in the rain”.
Nas últimas semanas, vimos os estragos que a chuva causou em tantas cidades, mas não se pode negar que a chuva é romântica e divertida. Então, não fique acanhado, e cante na chuva sem medo de ser feliz.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
As verdades e mentiras do casamento
Mesmo com todas as decepções que nós vemos em novelas, em filmes, lemos em livros, ou nos deparamos na vida real, todo mundo quer casar. Acreditam que essas coisas só acontecem na ficção ou com a vizinha, mas nunca com elas mesmas.
Eu digo que todo mundo quer casar, mas eu devo enfatizar o sonho-mor de várias mulheres. São poucas que não sonham em encontrar um príncipe encantado, em casar numa igreja enfeitada de flores do campo de cima a baixo, em entrar com um vestido branco — o mais caro que estiver disponível — na frente dos seus 300 convidados. Ai, ai! Que sonho, hein!
Tudo pode ser uma maravilha antes de casar, todas podem pensar que encontraram o príncipe encantado, então me desculpe por ser tão drástico: é mais fácil encontrar a localização de Nárnia ou de Terabítia, do que encontrar um Príncipe Encantado.
Todos os preparativos são maravilhosos. Os noivos ficam separados o dia inteiro para se encontrarem lindos um para o outro na hora da cerimônia. A mulher toda maquiada, com o cabelo milimetricamente penteado para encontrar com seu príncipe encantado noivo que te espera dentro de um terno impecável.
Que lindo!
E na cerimônia todos aqueles personagens típicos de casamentos: a daminha, a florista, o menininho que leva as alianças, o padre que não preferia estar ali, e todos aqueles parentes que você nunca viu, mas sua mãe te obrigou a convidar. Mas espere! A festa ainda não começou. Faltam as alianças.
As alianças. É um símbolo da fidelidade. Só da fidelidade, porque as alianças não são nada românticas. Ah! E qualquer semelhança com algemas é mera coincidência.
O padre termina seu trabalho em quinze minutos, mas não estamos liberados. Mais uma hora para tirar foto com a “parentaia”. Os padrinhos do casamento, os pais dos noivos, os irmãos, as tias, os sobrinhos, os animais de estimação, as vizinhas e mais quem estiver presente.
Agora, sim, chegou a festa e seus parentes do fim do mundo estão aí para comer de graça. Eh, que beleza!
A noite de núpcias. O sonho de todos; a hora mais esperada pelo casal. Depois, o café da manhã romântico, banhado de champagne. Ai… Uma semana num hotel na serra.
Depois, tudo volta para o mundo real.
A mulher logo vai descobrir que seu marido também tem bafo quando acorda, e o homem vai descobrir que sua mulher também acorda toda descabelada. Eu acho que é por isso que acontecem as brigas. A mulher pergunta por que ele demorou tanto no trabalho, mas na verdade ela pensa: “Você não era um príncipe encantado?”
Pois é, né. As coisas são como são. Devemos por os pés no chão e se casar se achar que isso só acontece na ficção ou com a vizinha. Mas, pelo menos, eu fiz a minha parte.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Efeitos colaterais de duas doses de ENEM
Uma experiência muito louca é fazer o ENEM em dois dias.
Cheguei em casa há uns 20 minutos, morto de fome, tremendo de frio e com uma tremenda dor de cabeça.
Eu não sei como eu tive a capacidade de bagunçar tanto o meu cabelo e molhar tanto o meu tênis.
Os dois dias foram extremamente estressantes.
Tudo começa às mil maravilhas: as questões parecem tão simples, tudo parece fácil. Mas depois as letras começam a embaralhar, e as ideias para a redação somem da sua cabeça, e sua cabeça fica zonza de tanto colorir aquelas bolinhas.
Meu corpo está dolorido de tanto ficar debruçado sobre 30 páginas, 90 questões e 1 redação. Isso sem contar o que houve ontem também: 30 páginas e 90 questões (mas ontem teve química e física. Que tristeza!
Termino o post por aqui, por que minha mão está dura e eu não consigo digitar com muita destreza. E eu acho que a minha mão direita está adormecendo e a tela branca onde eu escrevo a nova postagem está me deixando meio maluco.
Pelo menos agora eu sei que o buraco é mais embaixo.
sábado, 5 de dezembro de 2009
O frango e o gato
(David, Doraci, Juliano e dona Esperança, mãe de Doraci, estão sentados à mesa do jantar. Todos comem e conversam pouco.)
DAVID: (rindo) Depois que já passou a gente acha engraçado, né, Juliano?
JULIANO: Nem me fale. Tive um bocado de trabalho aquele dia.
(O silêncio voltou)
ESPERANÇA: (com sua voz esganiçada e crítica) Como está indo no seu trabalho, David? De que é que você trabalha mesmo? Empregado de uma fábrica?
DAVID: (entre dentes) Sim, dona Esperança. Eu sou empregado de uma fábrica. E estou ótimo no meu emprego. Obrigado por ter perguntado.
ESPERANÇA: (virando-se para Doraci) A propósito, minha filha. Você não acredita quem eu vi na semana passada! Eu fiquei surpresa de tê-lo visto. Aquele seu namoradinho… Carlos Henrique o nome dele. Ele está ótimo de vida. Trabalha num hospital em São Paulo e ele me disse que no mês que vem, vai para os Estados Unidos para uma conferência.
DORACI: Hum…
ESPERANÇA: Está solteiro ainda. Dá pra acreditar?!
DORACI: (sem graça) Que interessante…
ESPERANÇA: Um tipo bonitão daqueles. Forte, alto e rico. Principalmente, rico. Além de ser filho de quem é.
(Todos ficaram calados mais uma vez)
JULIANO: Nossa, Doraci! Esse frango está ótimo!
DORACI: Gostou mesmo, Juliano? Foi o David quem fez.
(Esperança se engasga e cospe um pouco de carne na mesa)
DAVID: (cochichando para Juliano) Com o próprio veneno.
ESPERANÇA: (dando um risinho) Eu acho que eu coloquei muito de uma vez. Engraçado, né! Parece que começou a me dar uma coceira. De repente.
DORACI: Mamãe, eu… eu acho que eu não posso mais adiar essa conversa.
ESPERANÇA: (sorrindo) Diga, minha filha. Eu te disse outras coisas quando você era criança, mas as coisas mudam, viu. Não se esqueça. Hoje em dia, eu já acho que o adultério é uma coisa permitida…
DORACI: MAMÃE!
ESPERANÇA: DORACI!
DORACI: MAMÃE!
ESPERANÇA: DORACI!
DAVID: DONA ESPERANÇA!
DORACI: DAVID!
DAVID: DORACI!
ESPERANÇA: DAVID!
DORACI: MAMÃE!
JULIANO: GATO!
DAVID, DORACI E ESPERANÇA: Quê?
JULIANO: GATO! O gato da dona Esperança tá pegando o peixe do David.
(Um Deus nos acuda para tirar o gato de dentro do aquário)
ESPERANÇA: (com o gato molhado debaixo do braço) Eu não sei onde eu estava com a cabeça quando resolvi aceitar o convite desse... desse... desse daí. Eu já estou de saída.
DORACI: Mamãe, espere! Precisamos terminar a nossa conversa!
ESPERANÇA: Outro dia, minha filha! E torça para o meu gato não morrer depois de ter bebido água desse depósito de bactérias que o seu marido chama de aquário.
(Saiu batendo a porta com muita força)
JULIANO: Será que eu posso terminar de comer meu frango?
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Quantos dilemas...
Eu sempre ouvi muitas pessoas dizerem que, quando o dia é pra ser ruim, ele vai ser ruim. Talvez as pessoas inventaram isso para justificarem alguma brisa de azar.
Comecei a observar os acontecimentos da minha vida. Eu acordo seis horas da manhã e vou me arrumar para ir para a escola. Quando, às vezes, eu estou mais sonolento, mal conseguindo abrir o olho, eu posso, sei lá, bater o dedo na perna da cama. Olha que coisa! Eu estou acordando antes do sol nascer e bato o dedo na perna da cama? Xingo comigo mesmo e continuo a me arrumar.
Parece que nessas manhãs que começam com algo do gênero “chutar a cama com o dedinho”, tudo passa a dar errado: aí depois eu descubro que o meu livro de Física não está na mochila, depois eu não sei onde eu coloquei o meu tênis (e o tempo vai passando), não consigo encaixar a chave na fechadura para abrir a porta, tropeço na rua e, depois, quase sempre, chego atrasado à escola e levo uma bronca de alguma professora.
No início desse ano, eu li o livro “O Segredo”, aquele famoso que virou documentário. O autor do livro estava sempre apertando na mesma tecla, dizendo que nós atraímos as coisas com o poder do pensamento.
Pondo isso na prática, quer dizer que, depois de eu ter chutado o pé da cama, eu tinha que respirar e tentar pensar que meu dia vai ser perfeito. Mas se eu disser um monte de palavrões, eu estarei atraindo tudo de ruim que o Universo tem para me oferecer.
Dando mais um exemplo sobre essas teorias milenares que me foram apresentadas em 2009, lembro-me de que os indianos da novela “Caminho das Índias” sempre diziam que não devemos dizer coisas não auspiciosas, pois a palavra tem muito poder.
Na prática…
Depois de mandar a cama, que se enfiou no meu caminho, para o maior número de lugares possíveis eu estava atraindo coisas não auspiciosas para meu dia.
No “Fantástico”, entretanto, foi apresentado um estudo científico de que, se damos uma topada, trombada ou qualquer batida com o corpo, a dor passa mais rápido se a gente… xingar. O ato de xingar vai fazer com que nos livremos da tensão, do “susto” do impacto.
Assim, concluo que, se eu bater meudedo mindinho no canto da cama eu tenho duas alternativas: posso maldizer a cama, mandá-la para o quinto dos infernos e o escambau para aliviar minha dor, e ter um dia não auspicioso; ou posso ficar em silêncio, me acalmar e pensar em coisas felizes, enquanto o meu dedo palpita de tanta dor.
Realmente, como dizem nossas professoras, nossa vida é feita de escolhas.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
A brisa da liberdade
Quando eu fui trabalhar atrás de um balcão eu não esperava que fosse tão difícil. Mas eu não pensava que trabalhar em outras áreas de um supermercado poderia ser tão estressante.
Quando somos empregados, devemos fazer o que o patrão fizer, e eu, Beto, sempre tive que “quebrar uns galhos” para o meu patrão do supermercado que eu trabalhava há 6 anos atrás.
Num dia que eu já não aguentava mais olhar para a cara de nenhum cliente que aparecesse na minha frente, num sábado quente e modorrento, uma senhora de seus 82 anos ligou para o supermercado:
— Tem como vocês mandarem umas coisinhas aqui pra mim? — ela perguntou e foi dizendo o que queria.
Eu tentava interrompê-la para lhe explicar que o moto-boy já tinha ido embora, mas ela não dava chance.
—… um pacote de batata palha, três latinhas de milho verde e quatro de ervilha.
Eu desliguei o telefone sem ter tido a oportunidade de explicar para a senhora o que acontecera. Contei toda a história para o patrão e não deu outra:
— Você ainda está aqui. Você pode fazer a entrega. Mas vai rápido para não dar problema pro meu lado.
Ele me entregou a chave da moto. No alto dos meus 17 anos, eu fiquei excitadíssimo com a chance de
pilotar uma moto. Fiquei até um pouco mais feliz e mais esperto com o acontecido.
Coloquei tudo no compartimento que fica na garupa da motocicleta e subi. O vento entrava pelo meu capacete aberto e eu sentia o aroma da liberdade.
Entreguei as sacolas para a senhora com um sorriso estampado, até que…
— Você pode me fazer um favor?
Pela idade da mulher, pensei que fosse alguma coisa como, carregar um sofá ou mudar a televisão de lugar.
— Claro. O que é?
— O coelho da minha vizinha entrou no meu quintal. Ela está viajando, e eu não posso cuidar desse bichinho. Você poderia pegar ele e colocar na casa ao lado?
Eu já tinha dito que sim, por isso não pude dizer não. Mas por dentro eu tremia de medo. Não sei direito de onde veio o meu trauma por coelhos; talvez pela vez que um desses bichos de olhos vermelhos me mordeu, ou pela vez que eu vi um coelhinho da Páscoa brigando no shopping com uma cenoura; Não sei. O fato é que eu tremia na base de ouvir falar nisso.
O bicho gordo, marrom e peludo estava no fundo do quintal. Mas eu não me deixava levar por essa aparência de bonzinho.
Torci para a velhinha voltar para dentro de casa, mas ela continuava me olhando.
Eu me aproximei vagarosamente, tentando segurar o animal, mas aquele pelo macio e asqueroso passava entre os meus dedos.
Foram uns quinze minutos de luta silenciosa. A velhinha já estava escorada na parede me esperando.
— Olha já ta ficando tarde… Você pode deixar isso. Meu bisneto vai chegar daqui há uns minutinhos.
Fiquei roxo de vergonha. A velhinha deve ter se segurado para não rir da minha tamanha frouxidão.
Dei um sorriso e saí com o rosto fogueando. Ela achava que o bisneto dela, de uns 12 anos talvez fosse mais valente que eu. Mas fazer o que, né? Subi na moto e deixei que o “aroma da liberdade” esfriasse o meu rosto humilhantemente corado.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Dor de Dente
RECEPCIONISTA: Em que posso ajudá-lo, senhor?
HOMEM: (ele fala com a língua no céu da boca) Eu tô com uma baita dor de dente.
RECEPCIONISTA: Como é, senhor? Eu não entendi.
HOMEM: Eu tô… com uma… baita… dor de dente…
RECEPCIONISTA: Ah!
HOMEM: E eu preciso urgentemente de um atendimento.
RECEPCIONISTA: E o senhor já tem sua ficha cadastral?
HOMEM: Que ficha cadastral?
RECEPCIONISTA: Todos os pacientes tem uma ficha cadastral no hospital. Mas se o senhor é um paciente novo aqui, o senhor tem que preencher a sua ficha…
HOMEM: AAAAHHHH!
RECEPCIONISTA: Acalme-se, senhor! Não precisa se exaltar.
HOMEM: O meu dente tá me matando!
RECEPCIONISTA: Mas antes o senhor precisa preencher a sua ficha cadastral. (Digita alguns comandos no computador.) Nome?
HOMEM: Rosicleydson.
RECEPCIONISTA: O QUÊ?
HOMEM: Rosicleydson Maycoln dos Santos.
RECEPCIONISTA: E como escreve isso?
HOMEM: R-O-S-I-C-L-E-Y-D-S-O-N M-A-Y-C-O-L-N D-O-S S-A-N-T-O-S.
RECEPCIONISTA: Idade?
HOMEM: AAAIIIII!
RECEPCIONISTA: Acalme-se, senhor! São só algumas perguntas. Então, qual é sua idade?
HOMEM: 25
RECEPCIONISTA: Estado civil?
HOMEM: O QUÊ? PRA QUE VOCÊ PRECISA SABER MEU ESTADO CIVIL SE EU SÓ PRECISO
ARRANCAR ESSA DOR DO MEU DENTE.
RECEPCIONISTA: O senhor está muito alterado. Se o senhor continuar assim eu vou chamar algum dos enfermeiros para sedar o senhor.
HOMEM: Pode chamar, mas, PELO AMOR DE DEUS, tira essa dor do meu dente. PELO AMOR DE DEUS.
RECEPCIONISTA: Vou chamar, Sr. Rosicleydson. Mas antes o senhor tem de preencher a sua ficha cadastral. Estado civil?
domingo, 22 de novembro de 2009
Quem canta, seus males espanta
-Over the rainbow - Trilha sonora de "O mágico de OZ"-
Somewhere over the rainbow
Way up high
There's a land that I heard of
Once in a lullaby
Some day I'll wish upon a star
And wake up where the clouds are far behind me
Where troubles melt like lemon drops
Away above the chimney tops
That's where you'll find me
Somewhere over the rainbow
Bluebirds fly
Birds fly over the rainbow
Why then, oh why can't I?
Ooh why, can't I?
Somewhere over the rainbow
Way up high
There's a land that I heard of
Once in a lullaby
Some day I'll wish upon a star
And wake up where the clouds are far behind me
Where troubles melt like lemon drops
Away above the chimney tops
That's where you'll find me
Somewhere over the rainbow
Bluebirds fly
Birds fly over the rainbow
Why then, oh why can't I?
Ooh why, can't I?
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Twilight saga: New Moon
Lua Nova é a sequência do fenômeno Crepúsculo, de 2008, baseado no romance de Stephanie Meyer. Além do novo diretor, Chris Weitz ( co-diretor de American Pie), muitos efeitos especiais e filmagens na Itália, na cidade de Montepulciano, o segundo filme da saga terá muitas novidades no seu enredo.
Taylor Lautner, Kristen Stewart e Robert Pattinson continuarão com seus Jacob Black, Bella Swan e Edward Cullen (fota acima).
Uma parte da história se passa em Volterra, Itália, onde aparecerão os vampiros mais poderosos do mundo, os que são responsáveis pelo cumprimento das leis: os Volturi e sua guarda.
O clã é comandado por Aro Volturi (Michael Sheen, foto abaixo) que tem o poder de ouvir os
pensamentos de quem ele tem contato físico. Chris Weitz, o diretor, disse que ele pode parece amigável, mas ele é uma ameaça.
Outro líder dos Volturi é o maligno Caius Volturi (James Campbell Bower, foto abaixo), que é aterrorizante, segundo o ator.
O clã também é comandado por um outro vampiro: Marcus
(Christopher Heyerdahl).
A guarda do clã italiano é composto por mais outros cinco vampiros: Heidi (Noot Seear), que leva humanos para os Volturi se alimentarem; Demetri (Charlie Bewley), o rastreador da guarda Volturi ( 2ª foto acima, ao lado de Alice, Ashley Green); Félix, um vampiro violento que arranja confusão com Edward; e os irmãos gêmeos Alec (Cameron
Bright), que é capaz de controlar os sentidos dos outros, e Jane
(Dakota Fanning, foto à esquerda), que consegue torturar os outros com os pensamentos.
Voltando para o clã dos Cullen (a família de Edward) todo o elenco continua o mesmo. Ashley Greene, como Alice Cullen (2ª foto acima, ao lado de Demetri, Charlie Bewley); Peter Facinelli, como Carlisle Cullen; Nikki Reed, como Rosalie Hale; Kellan Lutz, como Emmett Cullen; Jackson Rathbone, como Jasper Hale; e Elisabeth Reaser, como Esme Cullen.
Os humanos, amigos de Bella: Michael Welch, como Mike Newton (que era interessado em Bella); Christian Serratos, como Angela Weber; Justin Chon, como Eric Yorkie; e Anna Kendrick, como Jessica Stanley. Também tem Billy Burke, como Charlie Swan, pai de Bella.
Continuam os dois vampiros nômades: Victoria (Rachelle Lefèvre), que ainda vai dar muita dor de cabeça para Bella e os Cullen; e Edi Gathegi, como Laurent, que não volta bonzinho como no primeiro filme.
Outra novidade são os lobisomens. Jacob Black (Taylor Lautner) transforma-se em lobisomem nessa segunda aventura. E nós conhecemos os novos integrantes de tribo quileute: Alex Meraz, como Paul (amigo de Jacob); Tyson Houseman, como Quil Ateara (amigo de Jacob); Kiowa Gordon, como Embry Call (amigo de Jacob); Bronson Pelletier, como Jared (amigo de Jacob, foto abaixo, à direita); Chaske Spencer, como Sam Uley (líder dos lobisomens, foto abaixo à esquerda); Tinsel Korey, como Emily (namorada de Sam).
domingo, 15 de novembro de 2009
A obrigação de ser criativo
Muitas pessoas podem pensar que ser criativo é uma obrigação de alguma profissão ou de algum curso, como música, teatro, publicidade ou arquitetura. Mas atualmente, a sociedade meio que nos obriga a sermos criativos; e quem não o for, sofrerá as consequências.
Na escola nós somos cada vez mais cobrados e avaliados pela nossa criatividade. Isso é bom para incentivar os alunos a se tornarem únicas, criarem sua própria personalidade e poderem expressá-la de várias formas. Mas nem tudo são flores...
A adolescência é a transição da infância para a fase adulta, ou seja, quando começamos a tomar consciência do que é a sociedade, com todas as suas normas. Por isso, os adolescentes se sentem tão inseguros e temerosos de serem criticados. E eles se tornam mais tímidos e reservados e preferem esconder suas ideias para si mesmo, deixar que os outros tomem suas decisões.
O tempo vai passando e, no Ensino Médio, nós conhecemos os fantasmas dos vestibulares. E, aí, a deficiência causada pela timidez deve ser rompida de forma brusca.
Nesse momento, os adolescentes são "forçados" a quebrarem a barreira que existe entre suas ideias e o mundo externo e isso pode ser traumatizante.
Na escola, os professores de Língua Portuguesa, na maioria das escolas, dão um tema de Redação toda semana para o aluno descrever sua ideias. Mas a crítica ainda o aterroriza. Às vezes, pode ser por falta de prática, ou a falta de intimidade com a Língua, mas o medo ainda pode ser pior.
No dia do vestibular, os outros alunos fazem os seus "joguinhos" de confiança. Todos tentam se mostrar preparados para assustar os adversários e isso é um elemento fundamental para travar qualquer tipo de inspiração criativa.
Mesmo dizendo que não somos criativos, nós somos; mas o medo nos impede de mostrar nossa arte. E é melhor todos nós ficarmos preparados e confiantes; se acharmos que não somos criativos, aí, sim, as coisas podem se tornar mais apavorantes e esses pensamentos travam qualquer espírito criativo que se evapora com gota d'água em dia quente.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
As Desgraças Televisivas
Mais uma vez eu venho falar de televisão. Um tema que dá muito assunto, por isso, vira e mexe, eu volto a falar sobre a caixa mágica.
Todas as quartas-feiras, na Gazeta, o crítico de TV José Armando Vanucci vai ao programa do Ronny Von, Todo Seu(não que eu assista o programa do Ronny, mas eu gosto de ver discussões sobre programas de TV), e "mete a ripa" nos programas da nossa televisão.
A cada semana, o Ronny Von está mais admirado com as "porcarias" que nós temos acesso atualmente. Todas as quartas ele e o Vanucci discutem sobre o Big Brother, sobre a Fazenda e sobre um novo reality show do SBT: Solitários, eu acho.
O Ronny faz um drama imenso dizendo que a televisão não é mais a coisa de antigamente, que prestava serviço à comunidade, que trazia informação e notícias de bom gosto; e não essa luta por pontos de audiência.
Eu, sinceramente, não gosto que fale mal de programas que eu gosto, como é o caso que acontece nesse programa, mas realmente a televisão se transformou numa coisa maluca.
Quando vejo a briga entre a Record e a Globo lembro da Corrida Espacial que nós aprendemos em História: a União Soviética de um lado e os Estados Unidos do outro, tentando provar quem é o mais poderoso.
Mas eu acho que poucos programas da Globo e alguns da Record são dignos de críticas. Claro que existe o Geraldo Brasil, mas outros merecem sair do ar, tipo assim... PARA SEMPRE.
Nessa semana, eu estava assistindo ao Superpop, o programa da Luciana Gimenez que só passa mulher-fruta, ex-bbb, e todos os perdedores da televisão, e me deparei com a Geisy (aquela mulher que foi de vestido curto para a faculdade e foi chamada de P...) e fiquei admirado com a importância que eles estavam dando para a história daquela mulher. E ainda tinha um EXCLUSIVO escrito bem grande no canto esquerdo, como se fosse uma coisa muito importante, que todas as emissoras estavam se descabelando para transmitir.
Outra colega da Luciana, é a Sônia Abrahão com seu "A tarde é sua" que teve até uma paródia da MTV " A Desgraça é sua" (muito sugestivo). Sempre tem um ex-bbb, ou ex-atriz global, ou qualquer fracassado da televisão pedindo ajuda no programa.
— É realmente... horrível! Isso é... um... absurdo! — Sem contar que a Sônia Abrahão fala pausadamente me dando nos nervos.
As pessoas entrevistadas, eu acho, fingem que gostam dela. Algum tempo atrás o Max, vencedor do último Big Brother, estava mandando um beijo para a Sônia Abrahão, agradecendo o carinho.
E eu me pergunto: desde quando a Sônia e o Max são amigos?
Eles ainda insistem naquele quadro que vão na casa da pessoa acordar alguém que não é famoso e que ninguém, a não ser a mãe deles, conhecem-os. O impressionante é que todas acordam penteadas e maquiadas. Ninguém aparece com remela no olho, ou o cabelo embaraçado, ou aquela camisa escrito "GERALDO ALKMIN PRESIDENTE". Será que eles pensam que alguém acredita que eles realmente acordam as pessoas.
Para não dizer que eu não falei do SBT...
Eu acho que o Sílvio Santos gosta de contratar gente que ninguém gosta e que ele não sabe que "em time que está ganhando não se mexe". Pois é. O "Casos de Família" que era apresentado pela Regina Volpato era até bonzinho, no nível de suportável. Eu lembro como as pessoas elogiavam... Mas eles resolvem tirar a mulher super gente fina para colocar a Cristina Rocha.
Que deprimente! Antes era suportável, agora é impossível ficar olhando para aquela mulher dando bobeira na frente das câmeras.
E não posso me esquecer da Rainha das Desgraças Alheias: Márcia Goldschmidt. Ela apresenta o "Márcia", na Band. Todo dia tem um marido que duvida da fidelidade da mulher, uma mulher que foi espancada pelo ex-marido, um bando de meninos que não sabem quem é a mãe, ou uma garota de programa que foi violentada. E toda aquela baboseira de teste de DNA. HAHA! Ela acha que eu acredito!
Com tantas opções para "meterem a ripa", Ronny Von e José Armando Vanucci preferem falar mal da novela das oito e do Big Brother. Por isso eu digo: Abre o olho!
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Açougueiro
Fui trabalhar num açougue depois de alguns anos atrás do balcão. Não foi porque eu quis, mas por falta de opção: estava sem emprego há algum tempo e precisava de grana para pagar algumas contas.
Pois é! Então eu, Beto, fui para um açougue.
Foi um pouco difícil me acostumar com o cheiro de sangue fresco, mas com algumas semanas esse cheiro foi ficando gravado no meu cérebro. O que era difícil de me acostumar era com as piadinhas de adolescentes imbecis.
Eu sei como é ser um adolescente, homem, sem ter o que fazer. O telefone está ali, nos admirando e a gente não consegue resistir. Escolhemos a nossa melhor piada (ou a pior) e ligamos para o lugar mais apropriado.
Só quando eu estou do outro lado do telefone para perceber o quanto essas piadinhas são sem-graça.
— Deixa eu te perguntar.
— Pois não — eu respondo na maior boa vontade.
— Você tem orelha de porco?
— Sim, temos.
— Você tem pé de porco?
— Sim, temos.
— E focinho de porco?
— Também.
— Então, quer dizer que você é um porco.
HAHA! Que engraçado?
Na época de adolescente, eu nunca cairia numa pegadinha dessas.
— Alô, bom dia!
— Por acaso vocês trabalham com roupa?
— Não, aqu...
— Ah, então, vocês trabalham pelados.
Muito espertinho, não?
Eu estou torcendo para não ter sido tão sem graça nos meus tempos de mocidade.
Às vezes, alguns tem a cara-de-pau de fazer ao vivo e à cores.
— Eu fiz uma encomenda para churrasco.
— Pois não.
— Eu pedi uma maminha. Você pega a minha maminha?
Eu tenho que fingir que acho graça, mas por dentro eu quero xingar a mãe dele de todos os nomes que me vierem a cabeça.
O pior é quando são as proibidas para menores.
— Quer dizer que você segura a linguiça o dia inteiro?
— Você está até enjoado de salsicha, né! Come todo dia.
Não foi fácil, não. Eu tinha que ficar sorrindo, achando graça das pessoas me insultando. É horroroso ter de aguentar essas piadinhas, principalmente quando eu sou praticamente forçado a continuar nesse emprego.
Senão, eu podia chutar o pau de barraca e dizer umas poucas e boas para alguns metidos a comediantes.
Eu não sei se eu já tenho alguns cabelos brancos, mas se tiver eu tenho certeza que foi por causa desses meses no açougue.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Brincadeira de Halloween
— Eu não sei como é que vocês tem coragem de fazer umas coisas dessas! — o colega disse. —Isso é bruxaria!
— Não é nada de mais. É só um jogo.
— Um jogo que todo mundo acha muito real.
— Você que é que é muito sem graça!
Um grupo de adolescentes estavam em torno de uma mesa na sala de aula. Um pedaço de papel com cada letra e com cada número estava colocado em círculo em volta de um copo, onde todos pousavam o dedo.
— Vocês é que são muito loucos! — o menino retrucou. — Agora, vocês vão me dizer que acreditam que o Coisa-Ruim aparece se vocês derem três descargas, chutarem a porta do banheiro três vezes e, depois, falarem três palavrões.
O grupo olhou para a menina que coordenava a brincadeira.
— Tudo bem, então! — ela disse. — Se você não acredita, faça uma pergunta para o espírito que está
dentro do copo.
O grupo voltou suas cabeças para o garoto cético.
— Está certo, então!
Todos se concentraram depois que o menino disse a primeira pergunta.
— Onde você está?
E o copo foi deslizando.
C-O-L-É-G-I-O-O-P-Ç-Ã-O
Alguns exclamaram diante da resposta correta.
— Duvido que ele saiba o nome da nossa escola — o menino ainda insistia.
— Então, faz outra pergunta! — os outros insitavam.
— Então, qual é o meu nome?
E o copo deslizou.
E-D-U-A-R-D-O
— Quem me garante que não são vocês que estão fazendo força para o copo se mexer?!
— Faça mais perguntas!
— Qual é o presidente dos Estados Unidos?
B-A-R-A-C-K-O-B-A-M-A
— Qual a capital do Japão?
T-Ó-Q-U-I-O
— Qual a sede dos Jogos Olímpicos de 2016?
R-I-O-D-E-J-A-N-E-I-R-O
A garota se sentia vitoriosa. O garoto desanimado.
— Tudo bem, então — o garoto estava nervoso. — Já que é o sabichão... Qual a minha data de
nascimento?
O copo hesitou. Mas...
0-3-N-O-V-E-M-B-R-O-1-9-9-1
O garoto pôs-se ar rir.
— O que está acontecendo? — os outros perguntaram.
— Ele errou. Vocês são uma farsa. Eu só fiz essa pergunta porque eu sabia que ninguém sabia meu aniversário.
— Peraí, Eduardo! — a coordenadora da brincadeira veio dizendo, misteriosa. — Será que você é adotado?
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Coisas de Criança
Quando somos crianças, tudo é mais fácil, tudo é mais mágico e muito mais divertido. Com o passar dos anos, tudo vai ficando mais sem graça. Vamos descobrindo como as coisas realmente são. A gente descobre que as pessoas não estão dentro da televisão, que não existe tesouro atrás do arco-íris, nem Papai-Noel (desculpa se alguém ainda acredita em Papai-Noel, mas...).
Quando somos crianças parece muito fácil dizer o que seremos quando crescer: os meninos geralmente estão certos de que serão jogadores de futebol; as meninas, bailarinas ou veterinárias. Quando todos crescem, arrumamos aquelas coisas loucas de Engenharia Química ou Gestão Ambiental.
Perdemos o brilho nos olhos que tínhamos por coisas bobas atualmente: elevador, prédios, palhaços e escada rolante (eu ainda gosto de escada rolante).
Começamos a perceber que o mundo não é tão lindo quanto nos parecia. As pessoas não são como os personagens da Chiquititas, nem o bem sempre vence o mau como nos Power Ranger.
Continuamos indo para a escola e as professorsa passam a não ter dó dos alunos: elas não se importam em dizer como as pessoas morreram nos campos de concentração, como Joana D'arc foi morta e brigam se as chamarmos de tia.
— EU NÃO SOU SUA TIA! EU NÃO SOU IRMÃ DO SEU PAI, NEM DA SUA MÃE!
E, mesmo com tudo isso, as pessos acham que é infantilidade chorar.
As professoras nos põe medo por causa do vestibular e nós nem damos papo quando estamos na 8ª série, mas... quando o Ensino Médio chega a gente percebe que o futuro — que imaginávamos tão distante — já está nos engolindo.
A gente se mata de estudar e é aí que esquece da Xuxa, da Fadinha dos dentes, do futebol na rua e do Coelhinho da Páscoa.
Mas é bom lembrar que o melhor é ser criança para sempre. Se quiser chorar, chore; se quiser rir, ria (gargalhe se quiser); se quiser acreditar em Papai-Noel, fique à vontade.
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